Comediante revela: fazer piada na Arábia Saudita é mais fácil que nos EUA - entenda o paradoxo
Humorista: Arábia Saudita mais fácil que EUA para comédia

Quem diria, não é mesmo? Num daqueles paradoxos que faz a gente coçar a cabeça e pensar "será que tô ouvindo direito?". O comediante Andrew Schulz, um dos nomes mais irreverentes da cena atual, soltou uma bomba que está dando o que falar.

Ele afirma, com todas as letras, que se sente mais à vontade para performar na Arábia Saudita do que nos próprios Estados Unidos. Sim, você leu certo. A terra do Tio Sam, que se gaba de ser a capital mundial da liberdade, está dando trabalho para os humoristas.

O choque cultural às avessas

Schulz, que tem um estilo direto e sem papas na língua, explicou a situação com uma sinceridade que corta como faca. "Lá eles são claros sobre os limites", disse, referindo-se aos sauditas. Nos EUA? Ah, nos EUA a coisa é bem mais complicada.

O que ele descreve é quase um campo minado linguístico. Nos Estados Unidos, segundo o comediante, existe essa cultura do "cancelamento" que faz com que as pessoas fiquem com um pé atrás antes mesmo de abrir a boca. É como andar na ponta dos pés o tempo todo, com medo de pisar em falso.

As regras não escritas

O mais curioso é que na Arábia Saudita as regras são explícitas. Eles chegam e falam: "olha, aqui a gente não brinca com religião, não zomba da família real". Pronto. Todo mundo sabe onde pisa.

Já no ocidente... bem, aí é que está o problema. As regras são fluidas, mudam conforme o vento, e o que era aceitável ontem pode ser ofensivo hoje. É uma loucura!

Schulz chegou a fazer uma analogia que diz muito: é como dirigir em um lugar onde não existem placas de trânsito, mas a multa chega do mesmo jeito. Angustiante, para dizer o mínimo.

O público faz a diferença

Outro ponto que o comediante destacou - e isso é fundamental - é a relação com a plateia. Nos shows que fez em terras sauditas, ele percebeu algo interessante: o público estava ali para se divertir, ponto final.

Nada daquela postura defensiva, daquela expectativa de ser ofendido. As pessoas riam das piadas, entendiam o contexto, e seguiam a vida. Uma experiência, nas palavras dele, "refrescante".

Enquanto isso, nos EUA... bom, você sabe como é. Todo mundo com o dedo no gatilho, prontos para gravar, postar e crucificar qualquer deslize. Um ambiente que, convenhamos, não é exatamente propício para a criatividade florescer.

O preço da autocensura

O que mais me impressiona nessa história toda é o seguinte: quando um artista precisa ficar calculando cada palavra, medindo cada piada, o resultado inevitavelmente sai... sem graça. A espontaneidade vai embora, a ousadia desaparece, e sobra um humor pasteurizado, sem sal.

Schulz, que sempre foi conhecido por não ter papas na língua, parece estar sentindo na pele o peso dessa nova realidade. E olha que ele é americano, nascido e criado nesse caldeirão cultural.

Se para ele está difícil, imagina para quem vem de fora?

Um alerta para o mundo do entretenimento

Essa declaração do comediante vai muito além de uma simples observação sobre dois países. Ela revela uma mudança profunda na forma como encaramos a liberdade de expressão - especialmente quando essa expressão vem em forma de humor.

Será que estamos, sem perceber, criando gaiolas douradas para nossos artistas? Cercando eles de tantas regras não ditas que no final sobra pouco espaço para a verdadeira criatividade?

Perguntas difíceis, eu sei. Mas que precisam ser feitas.

O caso de Schulz serve como um termômetro interessante desse fenômeno global. E se um comediante de sucesso, estabelecido, está sentindo essa pressão, imagine os artistas emergentes.

No fim das contas, o que fica é uma reflexão amarga: em alguns aspectos, países que sempre criticamos por supostamente cercearem a liberdade estão se mostrando mais... transparentes em suas limitações do que as democracias ocidentais.

Ironias do mundo moderno, não é mesmo?