Ana Maria Gonçalves faz história: primeira mulher negra eleita para a Academia Brasileira de Letras
Ana Maria Gonçalves é eleita para a ABL

A Academia Brasileira de Letras (ABL) acaba de escrever um novo capítulo em seus 128 anos de história. A consagrada escritora mineira Ana Maria Gonçalves foi eleita nesta quarta-feira (10/07) como imortal, tornando-se a primeira mulher negra a ocupar uma cadeira na instituição.

Uma trajetória que inspira

Autora do aclamado romance "Um Defeito de Cor", obra fundamental da literatura brasileira contemporânea, Ana Maria Gonçalves recebeu 21 votos dos acadêmicos presentes, demonstrando o reconhecimento de sua importância para as letras nacionais.

Quebrando paradigmas

A eleição representa um marco na história da ABL, que desde sua fundação em 1897 teve apenas 9 mulheres em seus quadros. Ana Maria ocupará a cadeira número 3, que pertencia ao cineasta Cacá Diegues, falecido em 2024.

"É uma honra imensa e uma responsabilidade ainda maior", declarou a autora após o anúncio. "Espero que esta conquista abra portas para mais vozes diversas na nossa literatura".

O caminho até a imortalidade

Nascida em Ibiá (MG) em 1970, Ana Maria Gonçalves começou sua carreira na publicidade antes de se dedicar à literatura. Seu romance histórico de 2006, que reconta a história da nação pela perspectiva de uma mulher negra escravizada, já vendeu mais de 200 mil exemplares.

  • Prêmio Casa de las Américas (2007)
  • Finalista do Prêmio Portugal Telecom (2007)
  • Prêmio Machado de Assis da Biblioteca Nacional (2017)

A posse está marcada para 20 de agosto, quando a escritora receberá o tradicional fardão dos imortais.