
A escritora mineira Ana Maria Gonçalves acaba de fazer história ao ser eleita para a Academia Brasileira de Letras (ABL), tornando-se a primeira mulher negra a ocupar uma cadeira como imortal na instituição.
Com uma trajetória literária marcante, a autora de obras como "Um Defeito de Cor" — romance histórico aclamado pela crítica — recebeu 21 votos na eleição realizada nesta quarta-feira, superando outros quatro candidatos.
Uma conquista histórica
A eleição de Gonçalves representa um marco na ABL, fundada em 1897, que durante décadas foi um reduto predominantemente masculino e branco. A cadeira número 20, que agora será ocupada pela escritora, pertenceu anteriormente a nomes como Aurélio Buarque de Holanda e Merval Pereira.
"É uma vitória não só minha, mas de todas as vozes negras que foram silenciadas ao longo da história", declarou a nova imortal em entrevista coletiva.
Trajetória literária
- Publicou seu primeiro romance, "Ao Lado e à Margem do que Sentes por Mim", em 2002
- Ganhou destaque nacional com "Um Defeito de Cor" (2006), obra fundamental sobre a diáspora africana
- Recebeu prêmios como o Casa de las Américas e foi finalista do Jabuti
- Participou de programas de residência literária nos EUA e Europa
A posse está prevista para agosto, quando Gonçalves receberá o tradicional fardão verde e o colar de imortal, símbolos máximos da Academia.