
Feira de Santana acordou mais triste hoje. A notícia correu rápido pelas ruas, pelos cafés, pelas conversas de esquina: César Filho partiu. Aos 60 anos, o coração do artista que tanto retratou a alma feirense simplesmente parou de bater na manhã desta terça-feira (8).
Quem conhecia ele sabe — o homem tinha as mãos abençoadas. Transformava tela vazia em poesia, em cor, em pedaços da nossa própria história. Suas obras? Ah, suas obras eram como diários visuais da cidade, capturando aqueles momentos que a gente vive mas quase não percebe.
O adeus ao mestre
O velório tá rolando desde as 10h no Espaço Renascer, lá no bairro Capuchinhos. E olha — não é surpresa ver tanta gente. Parentes, amigos, admiradores, colega de profissão... uma fila que não para de crescer. A despedida final vai ser às 16h, no Cemitério Parque Jardim da Saudade.
A causa da morte? Infarto fulminante. Daqueles que não avisam, não dão segundas chances. Uma notícia que caiu como uma bomba no meio artístico local.
O legado que fica
Pensa num cara que amava o que fazia. César Filho não era daqueles artistas distantes, daqueles que se trancavam em torres de marfim. Pelo contrário — ele vivia a cidade, respirava a cidade, e a cidade voltava pra suas telas com uma honestidade que cortava a alma.
Seu trabalho era assim: ao mesmo tempo simples e profundo. Mostrava Feira de Santana não como cartão postal, mas como ela realmente é — com suas belezas, suas marcas, sua gente. E a gente, reconhecendo-se em suas pinceladas, se sentia um pouco mais dono do próprio chão.
O silêncio no ateliê dele hoje deve estar pesado. As telas inacabadas, os pincéis secando, as tintas esperando por mãos que não voltam mais. Mas o que ele deixou — isso ninguém tira.
Feira de Santana perdeu hoje muito mais que um artista. Perdeu um contador de histórias, um guardião de memórias, um amigo. E a cultura baiana — bem, a cultura baiana ficou mais pobre, sem dúvida.
Mas olha — enquanto suas obras estiverem por aí, nas galerias, nas casas, na memória da cidade, César Filho vai seguir vivo. De certa forma, imortal. E isso, no fim das contas, é que é a verdadeira obra de arte.