Fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado morre aos 81 anos: um legado de luz e sombra
Fotógrafo Sebastião Salgado morre aos 81 anos

O Brasil e o mundo das artes estão de luto. Morreu nesta sexta-feira (24), aos 81 anos, o renomado fotógrafo Sebastião Salgado, um dos nomes mais importantes da fotografia documental global.

Nascido em Aimorés, Minas Gerais, em 1944, Salgado construiu uma carreira marcante ao retratar, com sensibilidade única, temas como migrações, trabalho humano e a relação do homem com a natureza. Suas imagens em preto e branco, carregadas de dramaticidade e poesia, percorreram galerias e museus em todos os continentes.

Um olhar que mudou o mundo

Formado em economia, Salgado descobriu a fotografia já adulto, durante uma viagem de trabalho à África. O que começou como hobby transformou-se em paixão e, posteriormente, em missão de vida.

Seu trabalho mais conhecido, Gênesis, resultado de oito anos de expedições por regiões intocadas do planeta, tornou-se um manifesto visual pela preservação ambiental. Já a série Êxodos documentou com crueza e compaixão os dramas dos refugiados e migrantes em todo o mundo.

Reconhecimento internacional

Salgado recebeu os principais prêmios da fotografia mundial, incluindo o Hasselblad e o Prêmio da Paz dos Livreiros Alemães. Em 2001, foi nomeado embaixador da UNICEF.

Além do trabalho fotográfico, dedicou-se com a esposa, Lélia Wanick Salgado, ao Instituto Terra, organização que já plantou mais de 2 milhões de árvores na Mata Atlântica mineira.

O adeus a um gênio da imagem

A causa da morte não foi divulgada. Artistas, intelectuais e admiradores de todo o mundo já manifestam sua tristeza nas redes sociais, celebrando o legado de um dos maiores fotógrafos da história.

Sebastião Salgado deixa uma obra que, como ele mesmo dizia, não era sobre registrar o mundo, mas sobre participar dele. Suas imagens continuarão a falar sobre a condição humana muito depois de seu desaparecimento.