
Quando a gente fala em arte que tem cheiro de feira livre, gosto de açaí e cor de terra vermelha, é impossível não lembrar de César Romero. O cara era simplesmente um mestre em capturar a essência mais pura do Nordeste brasileiro e jogar na tela com uma intensidade que até hoje arrepia.
Nascido em Feira de Santana em 1962 — uma cidade que respira cultura popular — Romero começou sua jornada artística ainda menino, observando o vai e vem das feiras, as cores dos mercados, os rostos marcados pelo sol. E que observador ele foi! Dessa convivência íntima com o cotidiano nordestino nasceu uma paixão que moldaria toda sua carreira.
O Nordeste Como Você Nunca Viu
O que fazia de Romero um artista tão especial? Talvez fosse aquela capacidade quase mágica de transformar o ordinário em extraordinário. Ele pegava elementos simples do dia a dia — um cuscuz, um carro de boi, uma renda renascença — e os elevava à categoria de ícones culturais. Nas suas mãos, tudo ganhava nova dimensão, novos significados.
E as cores! Meu Deus, as cores dele eram um espetáculo à parte. Tons vibrantes que pareciam cantar, dialogar entre si, contar histórias que palavras jamais conseguiriam expressar. Não era só pintura, era pura emoção transbordando da tela.
Mais Que Um Artista, Um Contador de Histórias
Romero não se contentava em apenas retratar — ele queria era imergir o espectador na cultura que tanto amava. Suas obras funcionavam como janelas abertas para as tradições, crenças e modos de vida que formam o rico tecido cultural nordestino.
E olha, ele não ficou só na Bahia não. O trabalho do artista cruzou fronteiras, participando de exposições coletivas que levaram um pedacinho do nosso Nordeste para lugares como a prestigiada Galeria de Arte do Teatro Castro Alves. Em cada mostra, ele plantava uma sementinha da nossa cultura.
Um Legado Que Resiste ao Tempo
Agora, com sua partida em 2025, o que fica? Fica a lembrança de um homem que dedicou sua vida a celebrar as belezas muitas vezes invisíveis do Nordeste. Fica a certeza de que sua arte continua viva, pulsante, inspirando novas gerações de artistas.
Num mundo cada vez mais padronizado, a obra de César Romero nos lembra da importância de valorizar nossas raízes, nossas particularidades, nossa identidade cultural tão única. E que belo lembrete ele nos deixou!
Feira de Santana — e todo o Nordeste — perdeu um de seus filhos mais talentosos, mas ganhou um patrimônio cultural eterno. E a cultura popular brasileira? Essa ficou mais rica, mais colorida e, definitivamente, mais orgulhosa de suas origens.