
Num cantinho esquecido da região metropolitana de Belo Horizonte, algo extraordinário está acontecendo. Ibirité, cidade que muitos só conhecem de passagem, virou palco de uma revolução silenciosa — e olha que não tem nada a ver com política ou grandes obras.
Quem tá fazendo a diferença mesmo é um projeto da Igreja Universal que chegou de mansinho, mas com a força de um furacão. Toda semana, voluntários viram a noite preparando cestas básicas que parecem até árvores de Natal — cheias de presentes que vão muito além da comida.
Mais que comida na mesa
"A gente não quer só matar a fome, quer alimentar sonhos", me contou uma das coordenadoras, com aquela voz cansada mas cheia de orgulho que só quem faz trabalho de base conhece. E não é que ela tem razão?
Além dos itens básicos, o projeto inclui:
- Aulas de capacitação profissional que já tiraram várias pessoas do desemprego
- Atendimento psicológico — porque fome de afeto também dói
- Atividades para crianças que transformam tarde ociosa em momento de aprendizado
O mais incrível? Tudo gratuito. Sem burocracia. Sem pedir comprovante de renda. Quem precisa, chega e é abraçado — literalmente.
Histórias que emocionam
Conversei com Dona Maria, 62 anos, que há três meses dependia da ajuda dos vizinhos. "Antes eu chorava escondido, hoje ensino outras mulheres a fazer doces", disse, mostrando as mãos calejadas mas agora cheias de propósito.
Ou o caso do João, ex-morador de rua que hoje é um dos principais voluntários. "Quem recebe amor, aprende a devolver", filosofou, enquanto organizava as doações com cuidado de ourives.
E tem mais: o projeto já virou referência na região. Outras igrejas estão começando a replicar o modelo — prova de que boas ideias são mesmo contagiosas.
Quem diria que num tempo de tanto individualismo, uma iniciativa como essa faria a diferença? Ibirité pode não estar nos holofotes nacionais, mas está escrevendo uma história linda nas entrelinhas.