
Quem diria, hein? O festival de Gramado, sempre cheio de surpresas, apresentou um filme que não só entrou na roda como deu um verdadeiro baile. Estou falando de "Cinco Tipos de Medo", uma obra que chegou sem alarde e saiu com o público literalmente sem fôlego.
Bella Campos, minha gente — esqueça tudo que você já viu ela fazer. A atriz mergulhou de cabeça nesse projeto e entregou uma performance que é, sem exagero, de arrepiar. Não é à toa que o cinema ficou em silêncio absoluto durante as cenas mais tensas. Aquele tipo de silêncio pesado, sabe? Onde você até evita de respirar muito alto.
Uma Trama que Gruda na Pele
O filme, dirigido por ninguém menos que Bruno Safadi e com roteiro de Rafa Brasil, não é aquele terror sangrento e barulhento. Muito pelo contrário. Ele é sutil, inteligente e — acredite — profundamente perturbador. A premissa gira em torno de cinco narrativas interligadas, cada uma explorando uma faceta diferente do nosso medo mais primitivo.
E olha, não são medos inventados. São aqueles temores que todo mundo carrega consigo, mas prefere ignorar. A solidão absoluta. O pavor do fracasso. Aquele frio na espinha ao caminhar sozinho à noite. O filme pega essas sensações universais e as amplifica de uma maneira genial e, ao mesmo tempo, absolutamente aterrorizante.
Gramado Aplaude de Pé
A reação no festival foi algo digno de se ver. A plateia, um mix de críticos cascudos e cinéfilos apaixonados, saiu da sessão visibly shaken. Teve gente que precisou de uns minutinhos a mais só para processar tudo. Não foi raro ouvir conversas animadas no saguão, com cada pessoa interpretando as camadas do filme de um jeito diferente.
E esse, talvez, seja o maior trunfo da produção. Ela não te entrega tudo mastigado. Ela provoca, questiona e deixa aquele gostinho de "quero mais". É daquelas obras que você discute por horas num boteco depois — e ainda vai pensar nelas dias depois, no chuveiro.
O Futuro do Terror Nacional?
"Cinco Tipos de Medo" chega como um sopro de ar fresco — ou seria um vento gelado? — no cenário do cinema nacional. Ele prova que é possível fazer um terror de qualidade, com uma estética impecável e, o mais importante, com uma história que gruda na gente. Longe das fórmulas prontas de Hollywood, o filme abraça nossas particularidades e medos bem brasileiros.
Para Bella Campos, este projeto marca um divisor de águas na carreira. Ela já tinha seu talento reconhecido na TV, mas aqui, puxa vida… ela mostrou uma profundidade dramática que poucos esperavam. É daquelas atuações que ficam na memória.
Então, fica a dica: quando "Cinco Tipos de Medo" chegar aos cinemas, não perca. Mas vá preparado. Porque esse não é um filme para assistir de boa. Ele mexe, cutuca, assusta e, no final, te deixa pensando sobre todos os tipos de medo que a gente carrega por aí.