
Não foi exatamente uma recepção calorosa que a senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS) recebeu durante a apresentação da banda Roupa Nova num evento político em Campo Grande. O público — que, diga-se de passagem, estava lá mais pela música do que por discurso — não economizou nas vaias quando a parlamentar subiu ao palco.
E olha que não foi um mero "bom dia" ou "obrigada". A coisa pegou fogo quando ela resolveu puxar um "Bolsonaro 2026" no meio do show. Pronto. Foi o suficiente para parte da plateia — que até então curtia os sucessos dos anos 80 — transformar o clima em algo parecido com uma assembleia legislativa em dia de votação polêmica.
O contexto que explica (quase) tudo
O evento em si era uma festa de aniversário da Associação dos Servidores do Tribunal de Contas. Ambiente que, em tese, deveria ser neutro. Mas sabemos como é: juntou política com música em ano pré-eleitoral, o negócio fica com gosto de briga de torcida organizada.
Testemunhas contam que a senadora foi convidada a dar "uns toques" no microfone entre uma música e outra. Até aí, tudo bem. O problema foi quando ela — possivelmente inspirada pelo clima ou por cálculos eleitorais — resolveu cutucar a plateia com menções ao ex-presidente.
"Não é pessoal" — mas quase
Curiosamente, os integrantes da Roupa Nova tentaram acalmar os ânimos. "Gente, isso aqui é um show de música, vamos curtir", disse um deles, num tom que misturava cansaço com aquele desespero de quem já viu essa história antes.
Do lado de fora, assessores da senadora tentavam minimizar: "É assim mesmo, política é isso". Só que, entre nós, quando você é vaiado num evento que deveria ser descontraído, talvez seja hora de repensar o timing — ou o script.
E as redes sociais? Bombando, claro
Enquanto isso, no universo paralelo do Twitter (ou X, como queiram), os memes já estavam pipocando. De "Roupa Nova, mas ideia velha" até comparações com a cena clássica do Cid Moreira sendo vaiado, a criatividade popular não decepcionou.
O que fica de lição? Talvez a velha máxima de que certas misturas — como política e música em ano eleitoral — são como água e óleo: até podem se encontrar, mas a separação é inevitável. E barulhenta.