O ator Emílio Dantas, de 42 anos, viveu uma experiência intensa e até sobrenatural durante as gravações da série 'Ângela Diniz: Assassinada e Condenada', que estreou na HBO na última quinta-feira, 13 de novembro de 2025. Na produção, ele interpreta Doca Street, o homem que cometeu o feminicídio que chocou o Brasil nas décadas passadas.
Preparação meticulosa para papel difícil
Em entrevista exclusiva para a coluna GENTE, Dantas revelou todo o processo de pesquisa e preparação para dar vida a um dos criminosos mais conhecidos da história recente do país. 'Procurei o máximo de documentos que exista, de entrevistas, filmagens... Tentei juntar o máximo de informação que existia na internet', contou o ator sobre sua meticulosa investigação do personagem.
Além do material disponível publicamente, o artista contou com a colaboração da produção do podcast 'Praia dos Ossos' e mergulhou em suas próprias memórias e vivências das décadas de 1980, 1990 e 2000 para compreender o contexto dos relacionamentos abusivos que culminam em violência contra a mulher.
Acidente nos bastidores e possível 'presença'
Um dos momentos mais curiosos relatados pelo ator aconteceu logo no início das gravações. Dantas sofreu um acidente que o acompanhou durante todo o processo de filmagem. 'Tranquei o mindinho no Maverick, que é um carro pesadíssimo, de época. Então convivi com uma dor alucinante durante todo o processo', descreveu.
O incidente levou o ator a uma reflexão inusitada sobre a possível influência de forças além do compreensível no set de gravações. 'Talvez tenha sido alguma presença da Angela ali', ponderou Emílio, sugerindo uma conexão espiritual com a vítima do crime que interpretava na tela.
Impacto social do caso real
A série baseada em história real retrata o assassinato de Ângela Diniz, morta a tiros por seu então companheiro, Doca Street, em Búzios, no Rio de Janeiro. O crime, que comoveu o país nas décadas passadas, teve importância fundamental para os avanços nas leis de proteção às mulheres no Brasil.
Dantas enfatizou que sua abordagem não foi glorificar ou humanizar excessivamente o criminoso, mas sim retratá-lo com fidelidade aos fatos. 'Não compus o Doca, tentei seguir o que ele foi realmente, um criminoso', afirmou o ator, demonstrando o cuidado ético necessário ao interpretar um personagem baseado em um caso real tão sensível.
A produção já está disponível na plataforma HBO e promete reacender as discussões sobre violência doméstica e feminicídio, temas que continuam extremamente relevantes na sociedade brasileira contemporânea.
