2025: Ano de Despedidas na Cultura com Morte de Hackman, Papa e Estrelas
2025: Ano de Perdas na Cultura com Morte de Ícones

O ano de 2025 se encerrou deixando um sentimento coletivo de luto e despedida. O noticiário foi marcado pela partida de uma série de artistas, escritores, líderes religiosos e personalidades queridas do público, encerrando ciclos fundamentais tanto na cultura brasileira quanto internacional.

Perdas Internacionais e a Reconfiguração do Papado

O cinema mundial perdeu um de seus maiores talentos ainda em fevereiro. Gene Hackman, ator de carreira vasta e memoráveis atuações em filmes como "Operação França", "Os Imperdoáveis" e "Mississipi em Chamas", faleceu aos 95 anos. A causa da morte foi uma doença cardiovascular, agravada pelo Alzheimer avançado.

Em abril, foi a vez de o mundo se despedir de uma figura religiosa de grande impacto. Papa Francisco, o primeiro pontífice latino-americano da história, morreu aos 88 anos, vítima de um AVC e insuficiência cardíaca. Seu papado foi marcado por uma reconfiguração do cargo, com forte foco em reformas, acolhimento e diálogo com as minorias.

O rock e o heavy metal também sofreram um baque. Em julho, Ozzy Osbourne, lenda do gênero e fundador da banda Black Sabbath, faleceu aos 76 anos em Buckinghamshire, no Reino Unido. Ele lutava contra a doença de Parkinson há seis anos e morreu após uma parada cardíaca. O cenário internacional da música ainda perdeu Jimmy Cliff, um dos grandes nomes do reggae, aos 81 anos. Ele teve um papel crucial em levar o gênero a um público global e mantinha uma ligação especial com o Brasil, onde morou, teve uma filha em Salvador e tocou com artistas como Olodum e Margareth Menezes.

O Luto no Cenário Cultural Brasileiro

O Brasil viveu um ano de profundas perdas em diversas áreas da cultura. Em maio, a música brasileira perdeu a cantora Nana Caymmi, de timbre inconfundível, aos 84 anos. Ela estava internada desde agosto de 2024 para tratar uma arritmia cardíaca e deixa um legado de interpretações profundas.

O mês de junho levou um ícone das novelas. Francisco Cuoco, rosto definitivo da teledramaturgia nacional com seis décadas de carreira na TV, teatro e cinema, morreu no Rio de Janeiro aos 91 anos.

Julho trouxe uma dor dupla. No dia 20, a cantora e empresária Preta Gil faleceu aos 50 anos, nos Estados Unidos, após complicações de um câncer no intestino, contra o qual lutava há tempos. Dois dias depois, a notícia da morte de Ozzy Osbourne abalou os fãs.

O samba perdeu um de seus maiores expoentes em agosto. Arlindo Cruz morreu no dia 8, aos 66 anos, no Rio, lidando desde 2017 com sequelas de um AVC. No final do mesmo mês, no dia 30, partiu o escritor e humorista Luis Fernando Verissimo, aos 88 anos, em Porto Alegre. Criador de "As Cobras" e da "Família Brasil", ele usava seu humor refinado para satirizar a sociedade e falar das angústias cotidianas.

Setembro continuou trazendo más notícias. A cantora Angela Ro Ro, dona de personalidade intensa e voz marcante, morreu aos 75 anos após o agravamento de uma infecção pulmonar. No mesmo mês, o esporte perdeu o apresentador e narrador Paulo Soares, o Amigão, da ESPN, aos 63 anos, por falência múltipla dos órgãos. Poucos dias depois, no dia 28, a atriz Berta Loran faleceu no Rio aos 99 anos, encerrando quase um século de vida dedicado ao humor e à dramaturgia.

O mês também foi marcado por uma tragédia no trânsito. João Paulo Mantovani, o JP Mantovani, morreu aos 46 anos em São Paulo, vítima de um acidente de moto na Marginal Pinheiros, na região da Cidade Jardim.

Já em novembro, a cultura brasileira voltou a ficar de luto com a morte do compositor Lô Borges, aos 73 anos, em Belo Horizonte. Membro fundamental do Clube da Esquina, ele deixa composições que moldaram gerações, como "Paisagem da Janela" e "O Trem Azul".

Um Ano que Deixa Saudades e Legados

O ano de 2025 ficará registrado na memória como um período de transição e despedidas. A partida dessas figuras tão diversas deixa um vazio, mas também um legado imenso de trabalho, arte, fé e entretenimento. Cada um, à sua maneira, moldou a cultura de seu tempo e tocou a vida de milhões de pessoas, seja através da tela, dos palcos, das páginas dos livros ou da liderança espiritual. O sentimento coletivo de despedida é, portanto, também um reconhecimento do impacto duradouro que essas personalidades tiveram e continuarão a ter.