Exposição em Belém revela arte e ancestralidade dos povos Juruna e Arara
Arte indígena Juruna e Arara em exposição em Belém

A cidade de Belém recebe a partir desta quarta-feira (12) a exposição "Ecos do Xingu: Memória, Terra e Ancestralidade - Entre tramas e fazeres, a força dos povos Juruna e Arara". A mostra ocupa a Casa das Artes e fica em cartaz até o dia 26 de novembro, com entrada gratuita para todos os visitantes.

Seis anos de pesquisa e convivência

O projeto é resultado de um extenso trabalho de seis anos de pesquisa e convivência direta com os povos Juruna e Arara que habitam a região da Volta Grande do Xingu, no sudoeste do Pará. A iniciativa nasceu dentro do Plano Básico Ambiental da Hidrelétrica de Belo Monte, com o objetivo de valorizar e fortalecer o artesanato indígena.

A fotógrafa Walda Marques e a curadora Ida Hamony, professora de História da Arte da Universidade Federal do Pará (UFPA), lideraram a equipe que mergulhou profundamente na rotina das comunidades. "Pudemos entender de forma profunda a verdade da relação entre o ser humano e a natureza. É um aprendizado sobre o tempo, o território e o respeito à vida", revela Ida.

Grafismo como identidade cultural

As fotografias de Walda Marques capturam com sensibilidade os gestos, expressões e detalhes do cotidiano indígena, revelando a profunda conexão entre corpo, terra e rio. A curadora explica que o grafismo tradicional funciona como uma identidade visual desses povos.

"O grafismo é o RG deles, é o que os identifica. Entre os Juruna, os traços são mais sinuosos, voltados para as águas, refletindo o Xingu que corre nas veias de quem vive lá", detalha Ida Hamony.

Intercâmbio cultural e fortalecimento tradicional

Além do registro fotográfico, a exposição apresenta peças de artesanato criadas a partir dos saberes tradicionais, que foram fortalecidos durante o projeto. Os indígenas participaram de intercâmbios com outras etnias do Parque Nacional do Xingu, promovendo a troca de conhecimentos sobre técnicas, materiais e simbologias.

Paralelamente à mostra na Casa das Artes, uma amostra do projeto também está em exibição na GreenZone da COP 30, espaço que reúne iniciativas ambientais e culturais abertas ao público durante a conferência climática que acontece em Belém.

Serviço

Exposição "Ecos do Xingu: Memória, Terra e Ancestralidade"

Abertura ao público: Quarta-feira (12 de novembro)

Período de visitação: Até 26 de novembro

Horário: Das 10h às 17h

Local: Casa das Artes - ao lado da Basílica de Nazaré, em Belém (PA)

Entrada: Gratuita