
Quem disse que hospital tem que ser um lugar cinza e silencioso? Na última sexta-feira, o cenário na Clínica Pediátrica do Hospital Municipal de Santarém (HMS) mudou completamente — e para melhor. Um grupo de artistas circenses invadiu o local, mas não se preocupe, foi uma invasão do bem, cheia de palhaçadas, malabarismos e muita, muita alegria.
As crianças, que antes enfrentavam rotinas médicas com aquela cara de preocupação, de repente se viram rodeadas por personagens saídos diretamente do mundo da fantasia. Os corredores, normalmente marcados apenas pelo vai e vem de profissionais sérios, ganharam cores vivas e — acredite — gargalhadas que ecoavam de forma contagiante.
Mais que entretenimento: uma dose de humanização
O que começou como uma simples apresentação rapidamente se transformou em algo muito mais profundo. Não era só sobre fazer caretas ou equilibrar bolas — era sobre conectar. Eu vi, com meus próprios olhos, como aqueles minutos de distração conseguiam aliviar a tensão nos rostos dos pais, que há dias não tiravam o foco da preocupação.
E os funcionários? Nossa, eles também entraram na dança! Enfermeiras que passavam correndo paravam por um instante, davam uma risadinha e seguiam com um pouco mais de leveza no passo. Às vezes esquecemos que quem cuida também precisa de cuidado.
O circo como remédio para a alma
Um dos momentos mais marcantes — e me arrepio só de lembrar — foi quando um palhaço conseguiu fazer uma criança que sequer sorria há três dias dar uma risada gostosa, daquelas que vem da alma. A mãe dela não conteve as lágrimas. Não eram lágrimas de tristeza, mas daquele alívio que só quem vive situação parecida consegue entender.
Os artistas, por sua parte, pareciam entender perfeitamente o papel que estavam desempenhando. Não era um show qualquer — era quase uma missão. Eles adaptavam suas performances ao espaço, às condições das crianças, e tinham um jeito especial de incluir até quem estava mais retraído.
- Malabaristas que transformavam objetos simples em pura magia
- Palhaços com um timing perfeito para quebrar o gelo
- Músicos que criavam trilhas sonoras improvisadas
- E claro, muita interação e convite para que todos participassem
Parece exagero, mas não é: a energia do lugar mudou completamente. Aquele ambiente carregado de ansiedade e medo deu lugar, mesmo que temporariamente, a um clima de festa, de celebração da vida.
Um respiro necessário
Num mundo onde a saúde pública vive tantas dificuldades — e todos sabemos disso — iniciativas como essa são como um oásis no deserto. Mostram que, além de medicamentos e procedimentos, existe espaço para o cuidado com as emoções, com o lado humano de cada pessoa que passa por ali.
Os organizadores garantiram que a ação vai continuar, com visitas regulares. E olha, tomara que sim! Porque às vezes, o melhor remédio não vem em frasco — vem de coração para coração, com um pouco de arte e muita, mas muita alegria.