Bienal Sesc de Dança encerra em grande estilo: 14ª edição celebra a diversidade da arte em movimento
Bienal Sesc de Dança encerra 14ª edição em grande estilo

E assim se despede mais um capítulo brilhante da cena cultural brasileira. A 14ª Bienal Sesc de Dança, gente — que evento! Depois de uma maratona artística que movimentou Campinas durante dez dias intensos, o festival baixou suas cortinas deixando aquele gostinho de 'quero mais'.

Parece que foi ontem que tudo começou, mas já se vão duas semanas desde que a cidade se transformou num verdadeiro caldeirão coreográfico. E olha, não foi pouco não: mais de 40 apresentações se espalharam por diversos espaços, trazendo desde trabalhos experimentais até produções consagradas. Uma verdadeira festa para os olhos e para a alma, se me permitem o clichê.

Um mosaico de movimentos e expressões

O que mais impressionou — e aqui falo como quem já viu algumas edições — foi a incrível variedade de linguagens. Tinha de tudo um pouco: danças urbanas que dialogavam com tradições populares, performances que desafiavam a gravidade e trabalhos que borravam as fronteiras entre teatro e dança. Uma mistura e tanto!

E não foram só os palcos tradicionais que receberam essas manifestações. Praças, ruas e até espaços inusitados viraram cenário para corpos que contavam histórias sem precisar de palavras. A cidade inteira respirava arte, literalmente.

Além dos espetáculos: formação e reflexão

Mas espera aí que tem mais — e isso muita gente nem fica sabendo. Paralelamente às apresentações, rolaram oficinas que eram praticamente laboratórios de criação. Artistas emergentes dividindo espaço com veteranos, trocando experiências que, tenho certeza, vão ecoar em trabalhos futuros.

Os debates também foram um show à parte. Discussões acaloradas sobre os rumos da dança contemporânea, desafios de produção num país como o nosso e — pasmem — até conversas sobre a relação entre tecnologia e corpo em movimento. Tudo isso com uma plateia participativa, questionadora, viva.

O legado que fica

Agora, com o silêncio dos teatros vazios, fica a pergunta: o que resta depois da festa? Bem, além das memórias — aquelas cenas que a gente revê mentalmente dias depois —, ficam as sementes. Artistas que se conheceram e já planejam colaborações, plateias que descobriram novas linguagens, e uma cidade que, mesmo sem perceber, incorporou um pouco mais a dança no seu cotidiano.

É curioso pensar como eventos assim funcionam como termômetro da cena cultural. Dá para sentir — quase palpável — a energia criativa que pulsa por aqui. E, convenhamos, num momento onde tantas coisas parecem cinzas, ver tanta cor e movimento renova as esperanças.

Resta agora aguardar a próxima edição. Dois anos parecem uma eternidade, mas é o tempo necessário para fermentar novas ideias, amadurecer projetos e, quem sabe, surpreender a todos outra vez. Até lá, fica o eco dos passos que transformaram Campinas — mesmo que temporariamente — na capital brasileira da dança.