
Quem diria que um dos cartões-postais mais amados de Ribeirão Preto carrega uma dessas histórias que parecem saídas de um romance? O Theatro Pedro II, essa joia arquitetônica que completa 95 anos, tem nas suas paredes muito mais do que apenas memórias de espetáculos.
O cara por trás do projeto foi o arquiteto Luiz Sérgio Malharde, um profissional que, vamos combinar, não teve muita sorte no final das contas. Ele literalmente desenhou o destino cultural da cidade, mas o que aconteceu depois é que ninguém esperava.
O Processo Que Ninguém Conta
Pois é, o arquiteto acabou processado pela própria prefeitura! Parece brincadeira, mas é a mais pura verdade. Malharde entrou na Justiça porque, segundo ele, a administração municipal da época simplesmente decidiu não pagar pelos seus serviços profissionais.
Imagina só a situação: você cria uma obra-prima, um símbolo que vai marcar gerações, e no final ainda precisa brigar na justiça para receber pelo seu trabalho. É de deixar qualquer um de cabelo em pé.
Uma Obra Que Demorou Uma Eternidade
O teatro começou a ser construído em 1928, mas só ficou pronto dois anos depois. Naquela época, isso era uma eternidade! E pensar que hoje reclamamos quando uma obra pública atrasa alguns meses...
O estilo arquitetônico? Ah, é uma mistura deliciosa de art déco com neoclássico – algo realmente inovador para os padrões da Ribeirão Preto da década de 20. Malharde, com certeza, estava à frente do seu tempo.
O Legado Que Ficou
O mais irônico de tudo isso é que, apesar das tretas judiciais, o Theatro Pedro II se tornou um dos espaços culturais mais importantes do interior paulista. Quantos artistas não passaram por ali? Quantos aplausos não ecoaram sob aquela cúpula magnífica?
E o pobre do Malharde, enquanto isso, deve ter ficado com um gosto amargo na boca. Criar algo tão belo e ter que lutar pelos seus direitos – a vida dá voltas mesmo, não é?
Hoje, 95 anos depois, o teatro continua firme e forte, testemunha silenciosa de uma história que mistura arte, arquitetura e... processos judiciais. Quem visita nem imagina o drama que rolou nos bastidores.
Mas é assim que se faz história, né? Com altos e baixos, com glórias e processos. O importante é que o Pedro II sobreviveu a tudo e hoje é motivo de orgulho para toda uma cidade que, apesar dos percalços, soube valorizar seu patrimônio.