
O impasse sobre a construção de um anexo do Iate Clube na orla da Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte, completa nove anos em 2025 sem solução. A polêmica obra irregular ameaça o título de Patrimônio Cultural da Humanidade concedido pela UNESCO ao conjunto arquitetônico da região.
O que está em jogo
Desde 2016, quando a UNESCO incluiu a Pampulha na lista de patrimônios mundiais, especialistas alertam que a construção não autorizada do anexo do clube pode fazer com que o local perca o prestigioso título. O problema persiste mesmo após múltiplas notificações e ações judiciais.
Os principais pontos de conflito:
- A obra foi iniciada sem autorização dos órgãos de patrimônio
- O projeto altera significativamente a paisagem original concebida por Oscar Niemeyer
- Fiscais identificaram danos ao meio ambiente durante as obras
O que dizem as partes
Enquanto o Iate Clube defende a necessidade de ampliação de suas instalações, o Ministério Público e órgãos de preservação argumentam que qualquer intervenção na área deve seguir rigorosos critérios de conservação. A prefeitura de Belo Horizonte, por sua vez, tenta mediar o conflito há anos sem sucesso.
Especialistas em patrimônio cultural alertam que a demora na resolução do caso pode ter consequências irreversíveis. "A UNESCO não costuma ser tolerante com descumprimento de suas diretrizes", afirma a professora de arquitetura Ana Paula Campos, da UFMG.
Próximos passos
O caso segue em análise na Justiça, enquanto o prazo para adequação das obras se esgota. A comunidade local se mobiliza para pressionar por uma solução que preserve o valor histórico da Pampulha, um dos cartões-postais mais importantes de Minas Gerais.