
Numa tarde que parecia comum no Zoológico de São José do Rio Preto, o inesperado aconteceu. Dona Maria (nome fictício para preservar a identidade), uma tratadora com mais de 15 anos de experiência, estava realizando a limpeza do recinto da onça-pintada quando o felino — normalmente tranquilo — reagiu de forma agressiva.
Segundo colegas que presenciaram a cena, tudo aconteceu em questão de segundos. A profissional, que conhecia cada detalhe do comportamento do animal, foi surpreendida por um movimento rápido. "Ela sempre foi cuidadosa, mas esses bichos... são imprevisíveis como o vento", comentou um funcionário ainda abalado.
O socorro imediato
O protocolo de emergência foi acionado na hora. Enquanto uma equipe distraía o animal, outros colegas retiraram a funcionária — que já sangrava bastante do braço direito — do local. "Foi aquele corre-corre, sabe como é? Todo mundo tentando ajudar do jeito que podia", relatou um segurança que pediu para não ser identificado.
No hospital, os médicos ficaram impressionados com a força da mordida. "Dá pra ver cada marca dos dentes... felizmente não atingiu nenhuma artéria principal", explicou o cirurgião responsável pelo caso. A tratadora passou por cirurgia e deve ficar em observação por pelo menos 48 horas.
Perguntas sem resposta
O que teria provocado a reação do animal? Especialistas ouvidos pela reportagem levantam algumas hipóteses:
- Mudança no cheiro da tratadora (perfumes ou produtos novos)
- Barulhos externos que possam ter irritado o felino
- Problemas de saúde não detectados no animal
"A gente nunca vai saber ao certo o que passou pela cabeça daquela onça", filosofou o veterinário-chefe do zoo, enquanto inspecionava as grades do recinto. O espaço foi temporariamente fechado para uma avaliação completa das instalações.
Enquanto isso, nas redes sociais, o caso dividiu opiniões. De um lado, quem critica as condições dos zoológicos. Do outro, defensores que lembram: "acidentes acontecem, até com quem tem experiência de sobra".
Uma coisa é certa — depois desse susto, a rotina no ZooBotânico de Rio Preto nunca mais será a mesma. Pelo menos não para Dona Maria, que prometeu pensar duas vezes antes de voltar a trabalhar com os grandes felinos.