Gavião-pedrês e filhotes de araçua são resgatados pelo Ipaam em Manaus — veja detalhes!
Gavião e filhotes de araçua resgatados pelo Ipaam em Manaus

Numa tarde que começou como qualquer outra em Manaus, uma equipe do Ipaam (Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas) recebeu um chamado que mudaria o rumo do dia. Não era um caso rotineiro — dois filhotes de araçua e um gavião-pedrês adulto precisavam de ajuda urgente.

E olha só como a vida prega peças: as aves estavam em locais distintos da cidade, mas com um destino em comum — o resgate. O gavião, majestoso mesmo em situação vulnerável, foi encontrado próximo a uma área residencial. Já os pequenos araçuás — esses danadinhos — estavam num local que, convenhamos, não era exatamente um "habitat natural": pertinho de um comércio movimentado.

Operação penas e cuidados

A equipe do Ipaam, que já viu de tudo nesses anos de estrada, não perdeu tempo. Primeiro, o gavião-pedrês — ave de rapina que costuma dar show nos céus amazônicos — foi capturado com técnica de quem entende do riscado. "Ele parecia cansado, mas intacto", contou um dos agentes, aliviado.

Os filhotes? Ah, esses deram um pouquinho mais de trabalho. Frágeis e assustados, foram cuidados com luvas de pelúcia — no sentido figurado e quase literal. "Nessa fase, qualquer erro pode ser fatal", explicou a bióloga responsável, enquanto ajustava a caixa de transporte improvisada.

E agora, José?

Depois do resgate, o protocolo é claro: avaliação veterinária, período de observação e, se tudo der certo, soltura. Mas tem um detalhe que pouca gente sabe — esses araçuás novos ainda não voam direito. "É como colocar um adolescente pra dirigir sem aulas", brincou um técnico, entre um exame e outro.

Já o gavião, esse sim tava com pressa. Mal passou pela triagem e já dava sinais de que queria voltar pro seu pedaço de céu. "Alguns animais têm personalidade forte", riu a equipe, acostumada com os temperamentos variados da fauna resgatada.

Por falar nisso, você sabia que o gavião-pedrês pode viver até 20 anos na natureza? Pois é — e esse aí ainda tem muita história pra contar. Já os araçuás... bom, esses mal sabem que a vida deles quase virou notícia de tristeza.

Lição que fica

Casos como esse — e acredite, são mais comuns do que se imagina — mostram como a convivência entre urbano e selvagem precisa de ajustes finos. "A cidade avança, mas a natureza insiste em lembrar que estava aqui primeiro", filosofou um morador que acompanhou parte do resgate.

Enquanto isso, no centro de triagem do Ipaam, três histórias se preparam para novos capítulos. O gavião deve ser solto ainda esta semana. Os pequenos? Bem, esses vão precisar de aulas extras de sobrevivência antes de ganharem asas.