
Imagine levar seu filho para a escola e descobrir que ele divide o espaço educacional com uma família de gambás. Foi exatamente esse cenário surreal que pais de alunos de uma creche municipal em Ribeirão Preto enfrentaram nas últimas semanas.
A coisa toda começou de forma discreta, com relatos esparsos de funcionários sobre "barulhos estranhos" vindo do forro. Mas rapidamente a situação escalou para algo digno de filme de comédia — só que sem a parte engraçada, claro.
O que os olhos não veem, o nariz sente
Os primeiros sinais concretos apareceram quando um cheiro forte e persistente começou a impregnar alguns ambientes da escola. Não era aquela mistura habitual de giz, merenda e produtos de limpeza que caracteriza o odor escolar. Era algo diferente, orgânico, selvagem.
"A gente notou que as crianças chegavam em casa com um cheiro estranho nas roupas", contou uma mãe que preferiu não se identificar. "Pensamos que fosse algum produto de limpeza novo, mas a situação foi ficando cada vez mais esquisita."
A descoberta
A verdade veio à tona quando funcionários da escola, investigando a origem do odor, encontraram fezes e urina de animais em áreas de circulação. O mistério estava resolvido: gambás haviam se instalado no forro do prédio e usavam a escola como seu território particular.
E aí a pergunta que não quer calar: como esses animais conseguiram estabelecer uma colônia inteira dentro de uma instituição de ensino sem que ninguém tomasse providências antes?
A reação dos pais
Quando a notícia vazou, o grupo de WhatsApp dos pais virou um verdadeiro campo de batalha. A mistura de preocupação legítima com a saúde das crianças e a incredulidade diante da situação bizarra criou um caldeirão de emoções.
"É inacreditável", desabafou outro responsável. "Pagamos impostos para que nossos filhos tenham educação em ambiente adequado, não para que frequentem um safari noturno."
O que diz a Secretaria
Questionada sobre o caso, a Secretaria Municipal de Educação de Ribeirão Preto emitiu uma nota afirmando que tomou "providências imediatas" assim que foi informada sobre a situação. Segundo o comunicado, uma empresa especializada foi contratada para remover os animais de forma adequada.
Mas cá entre nós — será que realmente precisou chegar ao ponto dos pais fazerem barulho para que algo fosse feito? A presença de animais silvestres em uma escola não deveria ter sido detectada e resolvida muito antes pelos próprios gestores?
E os gambás?
Para quem está se perguntando sobre o destino dos animais, a prefeitura garante que o manejo foi feito seguindo protocolos ambientais. Os bichinhos — que, convenhamos, também estavam apenas tentando sobreviver em um mundo cada vez mais urbanizado — foram realocados para áreas apropriadas.
O episódio serve como alerta sobre a importância da manutenção predial em escolas e outros equipamentos públicos. Porque, no fim das contas, ninguém quer que a educação infantil inclua aulas práticas de convivência com a fauna silvestre.