
Não é todo dia que você vê uma força da natureza com tranças e menos de um metro e meio de altura dominando um cenário tradicionalmente de adultos. Mas é exatamente isso que Isabela, a 'Foguetinha', faz. Aos 10 anos, ela não só participa de rodeios como compete de igual para igual, deixando um rastro de poeira e admiração por onde passa.
O apelido, diga-se de passagem, não poderia ser mais apropriado. Ela é rápida, ágil e sobe no lombo do animal com uma determinação que parece combustível puro. Parece que nasceu com o dom, sabe? A conexão com os cavalos é algo visceral, quase um diálogo silencioso entre ela e o bicho antes mesmo do sinal verde.
Mais Do Que Um Passatempo, Uma Paixão de Família
O curioso é que isso não veio do nada. O sangue já gritava rodeio. O pai, um peão de estrada de carreira, foi quem primeiro a colocou num animal – e olha, a pequena nem andava direito direito ainda. Foi amor à primeira vista, ou melhor, à primeira galopada. O que era brincadeira de fim de semana na fazenda da família rapidamente virou algo muito, muito sério.
Ela treina com uma disciplina que dá vergonha em muito adulto por aí. Acorda cedo, ajuda a cuidar dos cavalos e repete cada movimento incansavelmente até sair perfeito. A garota não tem medo. Cair? Faz parte. Levantar, tirar a poeira e subir de novo é o lema. A resiliência dela é, de longe, a coisa mais impressionante.
Os Olhos no Prêmio Maior: Barretos
Agora, o horizonte ficou maior. Muito maior. O convite para disputar a seletiva do Peão de Ouro em Barretos não foi uma surpresa para quem acompanha sua trajetória, mas ainda assim causou um frio na barriga da família toda. É a confirmação de que o talento dela está sendo reconhecido no lugar mais importante possível.
Barretos não é só qualquer competição; é o sonho de consumo de qualquer peão, a Copa do Mundo do rodeio. E ter uma criança de 10 anos lá, competindo na categoria mirim, é um sopro de ar fresco e uma injeção de esperança para o futuro do esporte. Ela não está lá para participar, está lá para ganhar. A confiança transborda.
E o que esperar do futuro? Difícil dizer. Se depender da coragem da Foguetinha, o céu é literalmente o limite. Quem vê aquela figurena pequena se preparando para a montaria, concentrada como um general antes da batalha, não tem dúvida: ela veio para ficar e, muito provavelmente, para revolucionar.