
Era uma tarde como qualquer outra no Pantanal mato-grossense quando uma cena incomum chamou a atenção. Lá estava ele, um filhote de tuiuiú - aquela ave majestosa que é praticamente o cartão-postal do Pantanal - visivelmente machucado e incapaz de voar.
O que teria acontecido com o jovem animal? Esse mistério mobilizou uma verdadeira operação de resgate. A ave, que mal começava a explorar o mundo, tinha o ombro deslocado. Uma lesão séria, daquelas que deixam qualquer um de coração apertado.
O momento do resgate
Os bombeiros militares foram acionados e não mediram esforços. Chegaram ao local determinado - uma área próxima ao Porto Cercado, em Poconé - e encontraram o filhote em situação delicada. Dá até um frio na barriga imaginar a cena: o animal, tão característico da nossa região, precisando de ajuda humana para sobreviver.
O resgate foi filmado, e as imagens são de cortar o coração. Dá para ver nos olhos dos bombeiros aquele misto de preocupação e determinação. Eles sabiam que cada minuto era crucial.
Para onde foi o tuiuiú?
Após o resgate, o filhote teve um destino mais esperançoso: foi encaminhado direto para o Centro de Recuperação de Animais Silvestres (Cras) de Cuiabá. Lá, os profissionais especializados assumiram o caso.
O diagnóstico? Luxação no ombro direito. Parece simples, mas para uma ave que depende totalmente dos voos para sobreviver, é algo gravíssimo. Os veterinários do Cras imediatamente iniciaram os procedimentos necessários - e acreditem, não foi nada fácil.
O tratamento e a esperança
Reduziram a luxação, é claro. Mas o processo de recuperação é lento e exige paciência. O filhote recebeu anti-inflamatórios para controlar a dor e o inchaço, e agora está em observação constante.
O que me deixa mais impressionado é a resiliência desses animais. Mesmo machucado, o tuiuiúzinho mostra vontade de viver. Os técnicos do Cras acompanham cada movimento, cada tentativa de bater as asas, na torcida para que ele recupere totalmente os movimentos.
Quem trabalha com isso sabe - cada animal salvo é uma vitória. E no Pantanal, onde a natureza é tão exuberante mas também tão desafiadora, cada tuiuiú que volta aos céus representa a esperança de que ainda podemos conviver em harmonia com nossa fauna.
O filhote continua sob cuidados especiais. A expectativa? Ver ele levantar voo novamente, cruzando os céus alaranjados do pôr-do-sol pantaneiro. Essa imagem, tenho certeza, vai fazer todo o esforço valer a pena.