
Imagine um peixe dirigindo um carro robótico ou um chimpanzé resolvendo equações matemáticas. Parece cena de filme de ficção científica, mas são experimentos reais que cientistas vêm realizando para desvendar os mistérios da cognição animal – e, por tabela, da mente humana.
Por que ensinar tarefas "inúteis" a animais?
O neurocientista Ronen Segev, da Universidade Ben-Gurion, em Israel, criou um veículo especial onde peixes-dourados literalmente dirigiam. O objetivo? Entender como animais adaptam sua navegação espacial a ambientes radicalmente diferentes.
"Quando colocamos um peixe para 'dirigir', estamos estudando a plasticidade neural – como cérebros se adaptam a desafios nunca enfrentados na evolução", explica Segev.
O que os chimpanzés nos ensinam sobre matemática
Na Universidade de Kyoto, primatas demonstraram habilidades numéricas surpreendentes:
- Chimpanzés jovens aprenderam a ordenar números de 1 a 19 em sequência
- Alguns desenvolveram memória fotográfica para dígitos
- Em testes, acertaram cálculos simples melhor que crianças humanas
Descoberta crucial: Esses experimentos revelam que o pensamento abstrato não é exclusividade humana, mas existe em graus variados no reino animal.
Aplicações práticas da pesquisa
Esses estudos aparentemente curiosos têm implicações sérias:
- Entendimento de doenças neurodegenerativas
- Desenvolvimento de novas técnicas educacionais
- Melhorias em inteligência artificial
- Terapias para distúrbios de aprendizagem
Como resume a primatóloga Tetsuro Matsuzawa: "Ao estudar como outras espécies aprendem, redescobrimos o que significa ser inteligente".