Tragédia em Boa Vista: Vocalista de Banda Indígena é Encontrado Morto Após Sumiço em Balneário
Vocalista de banda indígena encontrado morto em Boa Vista

Uma notícia que chegou como um socore no estômago para a cena cultural de Roraima. Jefferson da Silva, o cara que dava voz e vida à banda indígena Makal, foi encontrado sem vida neste sábado (5). Três dias. Setenta e duas horas de angústia até que o pior se confirmasse.

O Rio Cauamé, que tantas vezes foi palco de alegria e refresco nos dias quentes de Boa Vista, desta vez devolveu apenas tristeza. O corpo do artista de 32 anos apareceu próximo ao balneário Caxangá, exatamente onde tudo começou - ou melhor, onde tudo terminou.

O Sumiço que Aterrorizou uma Comunidade Inteira

Na quarta-feira (2), Jefferson resolveu dar um mergulho no rio por volta das 18h. Um banho como tantos outros, desses que a gente nem imagina que podem ser o último. Só que dessa vez, ele simplesmente não voltou. Desapareceu nas águas enquanto se refrescava, deixando para trás roupas e um vazio que logo se transformaria em desespero.

Os bombeiros mergulharam de cabeça nas buscas - literalmente. Usaram até um sonar para tentar localizar o vocalista nas águas turvas do Cauamé. Enquanto isso, familiares e amigos faziam vigília na margem, cada minuto parecendo uma eternidade.

Mais que um Artista, um Representante Cultural

Jefferson não era apenas mais um cantor. Ele era voz ativa na cena musical indígena de Roraima, levando a cultura de seu povo através da música. A Makal, banda da qual era frontman, tinha justamente essa missão: mostrar que a arte indígena é viva, pulsante e contemporânea.

E pensar que agora o palco ficou mudo. As letras que ele compunha, os shows que ainda dariam - tudo interrompido de forma tão brutal, tão... comum. Um banho de rio, algo tão corriqueiro naquela região.

O Corpo de Bombeiros emitiu um comunicado oficial confirmando o triste desfecho. O corpo foi localizado por volta das 10h da manhã de sábado, não muito longe de onde Jefferson havia entrado na água pela última vez.

O Vazio que Fica

Agora começa o processo mais doloroso: entender o inexplicável. O IML já ficou responsável pelos procedimentos de praxe, mas nenhum laudo vai devolver Jefferson para sua família, para sua banda, para sua comunidade.

A cena cultural de Roraima perdeu uma de suas vozes mais autênticas. E a gente fica aqui pensando na ironia cruel: o mesmo rio que inspirava tantas canções agora leva embora quem as cantava.

Restam as lembranças, a música que ecoa mesmo sem ele, e um alerta silencioso sobre como a vida pode ser frágil. Um banho de rio, um momento de distração, e tudo muda.