
Não deu nem tempo de fechar os olhos direito. Por volta das 3h da madrugada desta segunda-feira (12), os disparos ecoaram pelas ruas do Tancredo Neves, em Salvador, como se fossem fogos de artifício fora de época. Só que não era festa — era mais um capítulo trágico da violência que insiste em assombrar a cidade.
Quando a poeira baixou — literalmente —, um homem de aproximadamente 30 anos jazia no chão, vítima de múltiplos tiros. Segundo testemunhas, que preferiram não se identificar (e quem pode culpá-las?), o crime aconteceu rápido demais para entender o que se passava. "Pareceu briga de tráfico, mas também pode ser ajuste de contas", comentou um morador, enquanto arrumava a barraca de acarajé com mãos trêmulas.
A cena do crime
A área foi isolada pela Polícia Militar, que chegou minutos depois do ocorrido. No asfalto, marcas de pneus em fuga e um rastro de sangue que contava uma história sem final feliz. Os agentes colheram cápsulas de bala — .40, pelo que se soube —, mas até o momento não há pistas concretas sobre os autores.
O que se sabe:
- A vítima, ainda não identificada oficialmente, tinha passagem pela polícia por roubo
- Nenhum suspeito foi preso até o fechamento desta matéria
- Moradores reclamam do aumento da violência na região nos últimos meses
O que dizem as autoridades?
O delegado responsável pelo caso — que pediu para não ser identificado porque a investigação está "quente" — afirmou que todas as linhas estão sendo investigadas. "Pode ser crime passionel, disputa territorial ou até caso isolado. Estamos apurando", disse, enquanto um cafezinho quase frio esperava atenção sobre a mesa.
Enquanto isso, no bairro, o clima é de tensão. Dona Maria, que mora há 20 anos no local, suspira: "Antes era tranquilo aqui. Agradeço a Deus por meus netos não estarem na rua quando começou o tiroteio".
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) prometeu reforçar o patrulhamento na área, mas os moradores — já cansados de promessas — seguem trancando portas mais cedo e rezando para que a noite passe em paz.