Tragédia em Campinas: Motorista de App é Encontrado Morto Após Sair Para Acertar Dívida
Motorista de app morto após sair para acertar dívida

A vida da família de Jefferson de Paula Silva virou de cabeça para baixo num piscar de olhos. Tudo aconteceu naquele sábado comum, 5 de outubro, quando ele saiu de casa com uma promessa simples: "Já volto, vou resolver essa questão da dívida". Mas o retorno nunca aconteceu.

O que se seguiu foram horas de angústia — aquela espera que vai ficando cada vez mais pesada, o celular que não para de tocar, as mensagens que ficam sem resposta. A irmã dele, Jaqueline de Paula, desabafa com a voz embargada: "A gente tá tentando segurar as pontas, mas tá sendo muito, muito difícil. Ele era o sustento da casa, o pilar da família".

O Desespero da Busca

Quando a noite chegou e Jefferson não dava notícias, o desespero começou a bater na porta. A família, que mora no Jardim Santa Lúcia, em Sumaré, partiu para as ruas. Ligação atrás de ligação, pergunta atrás de pergunta — ninguém sabia de nada.

E então veio o baque. Na manhã de domingo, o corpo de Jefferson foi encontrado sem vida num terreno baldio no Jardim das Oliveiras, zona norte de Campinas. O carro dele? Sumiu. Os pertences? Some. Restou apenas o vazio e as perguntas sem resposta.

Uma Vida Interrompida

Jefferson tinha apenas 31 anos — idade de planos, de projetos, de futuro. Trabalhava como motorista de aplicativo, aquela profissão que virou salvação para tantos brasileiros, mas que também esconde seus perigos. "Ele era muito trabalhador", conta a irmã, com orgulho e dor misturados. "Saiu cedo de casa, como sempre fazia, para garantir o sustento da família."

O que ninguém imaginava é que aquela saída rotineira seria a última. A tal dívida que ele ia negociar — quem seria o credor? Que valores estavam em jogo? A família ainda tenta juntar os cacos desse quebra-cabeça macabro.

O Que Diz a Polícia

O caso está sendo tratado como latrocínio — roubo seguido de morte — pelo 1º DP de Campinas. Os investigadores correm contra o tempo para desvendar o que realmente aconteceu naquele sábado fatídico.

Testemunhas? Poucas. Pistas? Escassas. O carro de Jefferson, um Hyundai HB20 prata com placa final 7914, simplesmente evaporou das ruas. A políce pede que qualquer informação — por menor que pareça — seja repassada imediatamente.

O Luto Que Fica

Enquanto a investigação segue seu curso, a família tenta encontrar forças onde parece não haver mais nenhuma. "A gente só quer justiça", diz Jaqueline, com uma firmeza que surpreende diante de tanta dor.

O corpo de Jefferson foi levado para o IML de Campinas, onde deve passar por novos exames. O enterro? Ainda é uma incógnita — depende da liberação do corpo e, principalmente, de conseguir juntar o dinheiro necessário em meio a tanto caos.

Uma história que se repete com frequência assustadora nas cidades brasileiras: trabalhadores que saem para ganhar a vida e encontram a morte. Jefferson era mais um na estatística triste de quem apenas queria honrar seus compromissos.