
Era pra ser uma noite como qualquer outra. Mas o que começou como uma sexta-feira comum terminou em tragédia nas ruas da capital roraimense. Por volta das 23h30 de sábado, o silêncio do Conjunto Bela Vista foi quebrado por disparos - muitos disparos.
Testemunhas ainda sob choque contam que ouviram nada menos que oito estampidos secos, seguidos pelo rugido de um motor acelerando violentamente. Quando a poeira baixou, a cena era de partir o coração: um jovem de 22 anos - nome ainda não divulgado - jazia no chão, vitimado pela violência que insiste em assombrar nossas cidades.
Os detalhes são assustadores: os criminosos, aproveitando-se da escuridão e da tranquilidade residencial, não apenas ceifaram uma vida jovem como ainda levaram o veículo da vítima. Um Gol branco, placa ainda não revelada pela polícia, transformou-se em mais uma estatística sombria.
O que se sabe até agora?
A Polícia Civil já iniciou as investigações, mas esbarra no mesmo muro de silêncio que tantas vezes protege esses facínoras. "Estamos colhendo imagens de câmeras de segurança da região", adianta um delegado que preferiu não se identificar. Mas ele faz um alerta: "Precisamos da ajuda da população".
Curioso - e tristemente comum - como esses crimes parecem seguir um roteiro macabro. Execução sumária seguida de furto do veículo. Modus operandi que se repete, deixando famílias destroçadas e comunidades em pânico.
E as vítimas?
Além do jovem assassinado, outra pessoa estava no carro durante o ataque. Milagrosamente, sobreviveu. Mas sobreviver física e emocionalmente a uma coisa dessas... bem, isso é outra história. O acompanhante foi levado para o Hospital Geral de Roraima, onde recebe atendimento - e, imagino, tenta processar o trauma.
O corpo do jovem foi encaminhado ao Instituto Médico Legal. Lá, peritos trabalham para reconstituir os últimos momentos dessa vida interrompida tão brutalmente. Oito tiros, gente. Oito! Que exército seria necessário para justificar tanto ódio contra um único jovem?
Enquanto isso, nas redes sociais, o burburinho é grande. Moradores da região reclamam da iluminação pública deficiente, da falta de policiamento, do sentimento de abandono. "Todo dia a mesma coisa", comenta uma moradora no Facebook. "Quando vai acabar?"
Pergunta de milhões. Enquanto aguardamos respostas, uma família chora a perda de um ente querido. E Boa Vista - como tantas outras cidades brasileiras - se pergunta: até quando?