
A noite de segunda-feira em Resende, aquela que prometia ser comum, transformou-se em pesadelo. E não foi um pesadelo qualquer — foi daqueles que deixam marcas permanentes na memória de uma comunidade inteira.
Por volta das 21h, no bairro Paraíso, um jovem de apenas 19 anos teve sua vida interrompida de forma brutal. Testemunhas — ainda sob choque — contam que ouviram estouros secos, consecutivos, que ecoaram pela escuridão. Não eram fogos de artifício, como alguém poderia ingenuamente pensar. Eram tiros. Muitos tiros.
O cenário do crime
Quando a poeira baixou e o silêncio voltou a assustar, o que se viu foi devastador: o adolescente, cuja identidade ainda não foi oficialmente divulgada, jazia no chão. A cena era tão violenta que até os policiais mais experientes sentiram o coração apertar. Ele foi atingido por múltiplos projéteis, numa clara execução — isso é o que todo mundo suspeita, embora ninguém queira dizer em voz alta.
O Corpo de Bombeiros chegou rapidamente, mas sabe aquela sensação de impotência? Pois é. Diante da gravidade dos ferimentos, não havia o que fazer. Apenas constatar o óbito. Uma vida cheia de possibilidades, reduzida a uma estatística triste.
A investigação começa
A Polícia Militar, aqueles que correm para o perigo enquanto todos fogem, isolou a área imediatamente. Perímetros de segurança, fita amarela balançando ao vento — aquele teatro macabro que virou rotina em tantas cidades brasileiras.
Os investigadores já estão no caso, vasculhando cada centímetro do local atrás de pistas. Eles procuram por cápsulas deflagradas, qualquer vestígio que possa levar aos autores desse crime hediondo. Mas, cá entre nós, será que vão encontrar? A população fica sempre naquela angustiante expectativa.
Enquanto isso, o Instituto Médico Legal (IML) aguarda para realizar o trabalho mais sombrio: a autópsia. Determinar exatamente quantos tiros, de que ângulos, quais ferimentos fatais. Detalhes técnicos que não devolvem a vida, mas que podem — quem sabe — trazer alguma justiça.
O que fica
Mais uma família destroçada. Mais uma mãe que vai chorar todas as noites. Mais um nome na lista interminável de vítimas da violência urbana. Resende, uma cidade que tem sua beleza natural, sua história rica, agora precisa enfrentar esse lado obscuro que insiste em permanecer.
E a pergunta que não quer calar: até quando? Até quando nossos jovens serão ceifados pela barbárie? A comunidade aguarda respostas que, sinceramente, podem nunca chegar. Enquanto isso, o medo se instala mais uma vez, como uma névoa espessa que não se dissipa.