
O que começa como uma noite qualquer pode terminar em tragédia — e foi exatamente isso que aconteceu na Rua Antônio Bicudo, no Jardim Autonomista, zona leste de Campo Grande. Por volta das 22h30 de sexta-feira (22), o silêncio do bairro foi quebrado por uma sequência estrondosa de tiros. Não foram dois ou três... foram pelo menos quatorze disparos que ecoaram pela vizinhança, num ataque que tinha tudo de execução.
Dois jovens, ainda não identificados oficialmente, eram o alvo. De acordo com testemunhas que preferiram não se identificar — quem se arriscaria? —, os criminosos chegaram de surpresa e abriram fogo contra o veículo em que as vítimas estavam. A precisão foi assustadora. A viatura ficou completamente crivada de balas, um verdadeiro queijo suíço metálico que contava uma história de violência pura.
Um dos jovens, com cerca de 20 anos, não teve a menor chance. Morreu no local, ali mesmo no asfalto, enquanto a vida escapava dele. O outro, também jovem, conseguiu sobreviver milagrosamente, mas com ferimentos gravíssimos. Foi levado às pressas para o Hospital de Urgência e Trauma da Capital, e seu estado é considerado crítico. Quem faz uma coisa dessas? A pergunta fica no ar, sem resposta.
A Cena do Crime: Um Retrato do Caos
A Polícia Militar apareceu rápido, mas os atiradores já tinham sumido — feito fantasma na escuridão. Ninguém viu placa de carro, ninguém soube descrever direito os suspeitos. Só o que sobrou foi a cena dantesca: dezenas de cápsulas espalhadas pelo chão, um carro destruído, e uma vida interrompida de forma tão brutal quanto covarde.
Os peritos do Instituto Médico Legal (IML) compareceram para recolher o corpo, enquanto a equipe da Scientific remexia cada centímetro do local atrás de pistas. Algo me diz, no entanto, que esse caso não será resolvido tão cedo. Esse tipo de crime — calculista, violento, súbito — cheira a acerto de contas. Mas é claro, isso é só um palpite de quem cobre criminalidade há anos.
E Agora? O Que Diz a Autoridade?
A PM prometeu que vai investigar, óbvio. Disse que vai apurar tudo direitinho, que não vai medir esforços... você já conhece o discurso. Mas a real é que, enquanto isso, a população fica refém de uma sensação angustiante de insegurança. Mais um jovem morto, outra família destruída, e aquele gosto amargo de impunidade que a gente já conhece de cor.
Será que um dia a gente descobre quem mandou fazer isso? Ou esse caso vai acabar engavetado, esquecido num arquivo poeirento? A verdade é que, nas periferias de Campo Grande e do Brasil, histórias como essa se repetem todo santo dia. E a gente aqui, só narrando mais um capítulo dessa violência que não dá trégua.