Ataque de Cães em Ceilândia: Vítima Revela Trauma e Medo de Morte em Depoimento Chocante
Ataque de cães em Ceilândia: vítima relata trauma

Ela achou que eram sombras se movendo na escuridão. Mas as sombras tinham dentes, e fome, e uma fúria que parecia vir diretamente dos piores pesadelos. Não dá nem pra explicar o pânico que toma conta de você quando percebe que não é uma brincadeira, que aquilo é real e pode ser o seu fim.

Foi assim com uma moradora de Ceilândia, que preferiu não ter o nome divulgado – o trauma ainda fala mais alto que a coragem. Ela caminhava por uma rua não muito movimentada, naquela correria do final de tarde, quando foi surpreendida. De repente, não era mais uma pessoa indo pra casa. Era uma presa.

Os minutos mais longos da vida

"Eu pensei que ia morrer. Sério. Não é exagero". A frase dela vem cortada, entrecortada por uma respiração que ainda parece faltar. O bando de cachorros, sem dono, sem coleira, sem qualquer controle, avançou sem aviso. E a partir daí, virou um filme de terror em câmera lenta.

Ela tentou correr – claro, é o instinto. Mas pra onde? Eles eram mais rápidos, e em maior número. As mordidas chegavam de todos os lados, rasgando a perna, o braço. A dor era uma coisa, mas o desespero era outra completamente diferente. Aquele sentimento gelado de impotência total.

O socorro improvável e a sorte no azar

Quem nunca passou por isso acha que é drama. Até ouvir os detalhes. O barulho dos rosnados, o peso dos corpos se jogando, a sensação de estar sendo puxada para baixo. Ela só se lembra de gritar, e de uma senhora – uma anja de verdade – aparecer de repente com um pedaço de madeira, afastando os animais aos berros.

Foi o suficiente para dispersar a matilha, mas não para apagar a memória. No hospital, os médicos contaram pontos, aplicaram vacinas, trataram os ferimentos. Mas e a cabeça? Quem trata o medo que fica martelando, toda vez que um latido ecoa na rua?

O caso, registrado na delegacia, reacende um alerta que já deveria ser prioridade: o controle de animais abandonados em áreas urbanas. Ceilândia, assim como outras regiões, sofre com a superpopulação de cães de rua – muitos deles agressivos por fome, medo ou doença.

É um problema de saúde pública, um risco real que anda solto e sem dono. E enquanto não houver políticas sérias de castração, controle e posse responsável, histórias como essa vão continuar acontecendo. E nem todas terão um final com sobrevivente para contar.

A vítima, agora em recuperação, diz que não consegue mais andar sozinha à noite. O psicológico dela ainda está em frangalhos. "Parece que eu volto praquele lugar toda vez que fecho os olhos", desabafa. E o pior: sabe que não foi a primeira, e dificilmente será a última.