
Era pra ser mais um dia normal de trabalho. Mas o imprevisível — aquele fantasma que sempre ronda as ruas — decidiu aparecer de forma brutal na manhã de sexta-feira (22) em Praia Grande, no litoral de São Paulo.
Por volta das 10h30, um soldado da Polícia Militar, cujo nome ainda não foi divulgado — a corporação segue em luto e respeita o tempo da família —, seguia em uma motocicleta da corporação pela Avenida Presidente Castelo Branco. Algo chamou sua atenção. Um veículo, possivelmente envolvido em alguma irregularidade, despertou a iniciativa de uma abordagem de rotina. Ou o que deveria ser.
Não deu tempo de quase nada. Durante a manobra, o policial perdeu o controle da moto. O que exatamente aconteceu? Uma falha mecânica? Uma derrapagem inesperada no asfalto? O choque com outro objeto? As câmeras de segurança flagraram parte da cena, mas os detalhes ainda são investigados pela própria PM.
O socorro foi imediato, mas a violência do impacto falou mais alto. O soldado foi rapidamente levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Gonzaga, em Santos. O esforço dos médicos foi hercúleo, típico daqueles que se recusam a perder uma vida. Mas por vezes, nem a ciência e a dedicação são o bastante. Ele não resistiu.
Um silêncio pesado na corporação
A notícia da morte do colega correu rápido pelos quartéis e gerou uma daquelas ondas de choque mudo que só quem vive o dia a dia da farda conhece. A PM emitiu uma nota breve, seca — a forma institucional de mascarar uma dor que é coletiva e profundamente pessoal. Eles confirmaram o óbito e destacaram que o Comando de Policiamento de Área Metropolitana (CPAM) já abriu um processo para apurar todos os detalhes do acidente.
É curioso, não? A gente sempre vê a polícia como aquela que responde aos acidentes, que controla o trânsito caótico, que dá a notícia ruim aos outros. Mas hoje, a notícia ruim é deles. A dor bate à sua porta.
E agora?
O corpo do policial foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Santos para a realização dos exames necessários. Enquanto isso, o veículo envolvido no início da ocorrência… simplesmente desapareceu. Não parou, não prestou socorro. Seguiu seu caminho, deixando para trás o caos e uma vida interrompida. Alguém, em algum lugar, sabe o que fez.
Essa história mexe com qualquer um. Porque no fundo, é sobre o risco que esses profissionais correm todos os dias, mesmo nas ações mais corriqueiras. Uma simples tentativa de abordar um carro virou o último ato de um homem que vestia o uniforme. E a gente fica aqui, pensando na família dele, nos amigos de trabalho, na injustiça de um destino que simplesmente caprichou na tragédia.