
Era pra ser mais um dia de trabalho. Mais um plantão. Mas o que aconteceu naquela delegacia de Santana, no Amapá, na última sexta-feira (22), não entra na cabeça de ninguém. O soldado PM Roni Tavares, de 31 anos, foi morto a tiros. E o pior: dentro da própria delegacia, um lugar que deveria ser sinônimo de segurança.
O clima no velório, é claro, era de cortar o coração. Uma mistura pesada de tristeza, raiva e um questionamento silencioso que pairava no ar: como algo assim pôde acontecer? Familiares e amigos se aglomeravam, muitos sem acreditar ainda, tentando encontrar algum conforto num último adeus.
Um adeus carregado de emoção e revolta
O corpo do soldado Roni foi velado no Espaço Celeiro, em Macapá, e depois seguiu para o crematório. Ver colegas de farda carregando o caixão, aqueles que juraram proteger juntos, é uma cena que fica marcada na memória. A PM do Amapá emitiu uma nota falando em "luto profundamente consternado" — e a palavra 'consternado' parece até fraca para descrever aquele sentimento.
Roni não era apenas um número na corporação. Pelos relatos, era um cara dedicado, daqueles que vestia a farda com orgulho. Deixou uma filha de apenas nove anos. Nove anos. Como explicar isso pra uma criança?
O crime que chocou o estado
Os detalhes do que aconteceu são, para ser sincero, assustadores. Tudo começou com a prisão de um homem, identificado como Carlos Eduardo, por porte ilegal de arma. Ele foi levado para a delegacia, tudo dentro do protocolo. Mas aí, em um momento de distração — ou falha, quem sabe —, ele conseguiu pegar a arma de um dos policiais e atirou contra Roni.
O suspeito, então, tentou fugir. Não conseguiu. Foi recapturado e agora está preso, à disposição da Justiça. Mas a pergunta que fica, e que todo mundo está fazendo, é: como um preso consegue fazer algo assim dentro de uma delegacia? Onde estava a segurança?
O caso tá sendo investigado pela Delegacia de Homicídios, que promete apurar tudo até as últimas consequências. Enquanto isso, a dor da família Tavares e a indignação de uma corporação inteira servem como um triste lembrete dos riscos que esses profissionais enfrentam todos os dias, até mesmo onde menos se espera.