PM Dispara 10 Vezes e Mata Suspeito em Assalto: Ele Aguardava Carro por Aplicativo para Trabalhar em SP
PM mata ladrão a tiros ao reagir assalto em São Paulo

Era uma terça-feira comum, dessas que começam com a correria matinal típica de quem mora na maior cidade do país. O policial militar — que até agora não teve o nome divulgado — estava na calçada, na Rua Serra da Bocaina, Vila Matilde, Zona Leste de São Paulo. Aguardava, como tantos outros, um carro por aplicativo que o levasse ao trabalho.

O que deveria ser mais um trajeto rotineiro transformou-se em cena de pesadelo. Dois homens em uma moto Honda CG Titan — sem placas, é claro — avançaram em sua direção. Um deles, na garupa, desceu armado. Ameaçou. Exigiu. Acreditou que mais uma vítima cairia em sua armadilha.

Enganou-se.

O PM, pego de surpresa mas não desprevenido, reagiu. Não deu tempo para negociar, para pensar, para hesitar. Dez disparos ecoaram na manhã daquela rua residencial. O homem que ameaçava sua vida — identificado depois como Vinicius da Silva Santos, 23 anos — caiu ferido. A moto fugiu, levando o comparsa, que desapareceu na labiríntica malha urbana paulistana.

O que Veio Depois do Tiroteio

O silêncio que se seguiu ao estampido foi quebrado por sirenes. A área foi isolada. A perícia chegou. No chão, próximo ao corpo de Vinicius, encontraram uma arma caseira, uma artimanha do crime que, naquele dia, não cumpriu sua função.

O policial, abalado — como qualquer ser humano estaria — foi levado para o 31º DP (Vila Matilde). Prestar depoimento. Contar sua versão. Justificar os dez tiros que ceifaram uma vida. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) confirmou o caso e afirmou que o PM foi encaminhado para exame de corpo de delito — protocolo padrão em situações assim.

E o Outro Envolvido?

Sumiu. A Polícia Civil agora busca o segundo homem, aquele que pilotava a moto e assistiu à morte do comparsa antes de fugir. Não há descrição detalhada, não há pistas sólidas. Apenas a certeza de que, enquanto ele estiver solto, o risco de novas tentativas permanece.

O caso foi registrado como morte decorrente de oposição à intervenção policial. Um termo técnico, jurídico, que tenta dar conta de uma realidade brutalmente simples: um homem morreu, e outro atirou para salvar a própria vida.

E a pergunta que fica, ecoando nas ruas de uma cidade acostumada à violência, é: até onde se pode ir para sobreviver?