
O sol estava a pino quando a comunidade de Nova Iguaçu se reuniu para dizer adeus a duas vidas interrompidas brutalmente. De um lado, um policial militar — aquele que jurou proteger. Do outro, um pai de família — que só queria voltar para casa. A cena? De cortar o coração.
Na capela, flores brancas se misturavam ao uniforme da corporação. "Era um cara que vivia sorrindo", lembra um colega de farda, com a voz embargada. Do outro lado, a família do civil — que preferiu não dar entrevistas — carregava um silêncio mais pesado que qualquer palavra.
O que aconteceu?
Segundo testemunhas (e aqui a coisa fica nebulosa), tudo começou com uma discussão banal. Mas numa fração de segundos, o trivial virou tragédia. Armas foram sacadas, tiros ecoaram, e quando a poeira baixou... Bem, você já sabe o resto.
O caso tá sendo investigado, claro. A Polícia Civil promete "não medir esforços" — aquela frase que a gente já cansou de ouvir, mas que ainda assim traz um fiapo de esperança. Enquanto isso, no grupo de WhatsApp do bairro, as mensagens não param:
- "Mais um dia normal no RJ" — ironiza um morador
- "Até quando?" — questiona outra, sem esperar resposta
- "Precisamos de mais policiamento" — cobra uma terceira, como se fosse simples
No cemitério, enquanto as pás de terra batiam sobre os caixões, um detalhe chamou atenção: dezenas de agentes fardados se revezavam para carregar o colega. Já o pai de família... Ah, esse foi acompanhado apenas pelo choro abafado dos seus.
Diferenças à parte, uma coisa unia os dois cortejos: aquela sensação de "poderia ser eu". Aquele frio na espinha que a gente sente quando a violência bate tão perto. E agora? Agora é seguir em frente — ou pelo menos tentar.