As câmeras não mentem. E o que elas registraram naquela noite em Teresina é de cortar o coração de qualquer um. Um policial militar, justamente quem deveria zelar pela lei, flagrado em situação que beira o inacreditável.
O vídeo que circula entre as autoridades — e que promete virar pesadelo na carreira do PM — mostra o instante preciso em que ele assopra o bafômetro. Os números não deixam margem para dúvidas: o etilômetro acusou 0,90 mg/L de álcool no ar alveolar. Quase o triplo do permitido pela legislação brasileira. Uma irresponsabilidade que beira o criminoso, convenhamos.
Cena do acidente foi de terror
Segundo testemunhas que preferiram não se identificar — com razão, diga-se de passagem — o carro do policial simplesmente invadiu a contramão na Avenida Frei Serafim. Uma das vias mais movimentadas da capital, para piorar a situação. O que se seguiu foi inevitável: uma colisão frontal que deixou marcas profundas.
Duas pessoas, um homem de 38 anos e uma mulher de 42, tiveram que ser resgatadas pelos bombeiros entre as ferragens. O quadro? Grave. Muito grave. Foram levados às pressas para o Hospital de Urgência de Teresina, onde permanecem internados em estado que inspira cuidados.
E aí, fica por isso mesmo?
O policial, cuja identidade ainda não foi divulgada — algo que já causa certo desconforto, se me permitem — foi preso em flagrante. Mas e daí? A pergunta que não quer calar é: será que a corporação vai fechar os olhos para mais esse caso? A população está de olho, pode ter certeza.
O delegado plantonista, num raro momento de transparência, foi direto ao ponto: "O agente cometeu crime de trânsito na modalidade embriaguez ao volante e lesão corporal grave". Palavras duras, mas necessárias.
Enquanto isso, as vítimas lutam pela vida num hospital. O policial responde ao processo. E a sociedade fica se perguntando até quando situações assim vão se repetir. Porque uma coisa é certa: farda não deveria ser escudo para ninguém. Principalmente quando vidas inocentes estão em jogo.
