Santa Catarina em Alerta: Uma Medida Protetiva a Cada 16 Minutos em 2025 Revela Crise de Violência Doméstica
SC: 1 medida protetiva a cada 16 minutos em 2025

Os números são de cortar o coração - e o pior: não param de crescer. Enquanto você lê esta matéria, alguma mulher em Santa Catarina está correndo perigo dentro da própria casa. Não é exagero, são os dados que gritam.

O estado, conhecido por suas belas praias e qualidade de vida, vive uma epidemia silenciosa que poucos querem enxergar. Só este ano, até agosto, já foram emitidas assustadoras 31.755 medidas protetivas. Faz as contas: dá mais de 87 por dia, uma a cada 16 minutos!

Um Retrato que Assusta

Comparado com o mesmo período do ano passado, o aumento foi de 8,5% - e olha que 2024 já tinha sido pesado. Parece que a violência doméstica virou uma sombra que não quer ir embora, um problema crônico que resiste a campanhas e leis.

As regiões metropolitanas concentram a maior parte desse pesadelo. Florianópolis, Joinville e Blumenau aparecem no topo desse triste ranking, mas a verdade é que nenhuma cidade escapa. Do litoral à serra, do oeste ao vale, a violência contra a mulher não escolhe endereço.

O Que Está Acontecendo?

Especialistas que acompanham o tema há anos ficam de cabelo em pé com esses números. Eles apontam para uma combinação perigosa: subnotificação crônica (muitas ainda têm medo de denunciar), demora na resposta do sistema e, claro, uma cultura machista que teima em não morrer.

"É desanimador", confessa uma delegada que prefere não se identificar. "A gente corre, trabalha, faz campanha, e os números só sobem. Às vezes parece enxugar gelo."

Mas nem tudo são más notícias. O aumento também pode significar que mais mulheres estão perdendo o medo e buscando ajuda. A coragem de dar o primeiro passo, ainda que tremendo, é o que pode salvar vidas.

O Sistema Sob Pressão

Imagine a carga sobre o sistema judiciário e as delegacias especializadas. São milhares de processos, audiências, pedidos urgentes - tudo isso com recursos que nem sempre acompanham a demanda.

As medidas protetivas são essenciais, claro. Afastar o agressor, proteger a vítima, garantir alguma segurança. Mas elas são só o primeiro passo de uma longa jornada que inclui apoio psicológico, assistência social e, em muitos casos, reconstruir uma vida do zero.

O que mais preocupa é o que esses números não mostram: as que não denunciam, as que voltam atrás com medo, as que acham que não têm para onde ir. A realidade provavelmente é muito pior do que os números já assustadores sugerem.

Enquanto isso, a cada 16 minutos, um novo pedido de socorro formalizado. Um grito silencioso que espera por resposta.