
A noite de sexta-feira em Ipanguaçu, aquela pacata cidade do Rio Grande do Norte, foi violentamente transformada em cenário de horror. Por volta das 20h, um simples desentendimento entre um casal degenerou numa tragédia irreparável - daquelas que deixam a comunidade inteira de luto e perplexidade.
Uma mulher de 38 anos - cujo nome ainda não foi divulgado pelas autoridades - teve sua vida ceifada de maneira brutal. Segundo testemunhas, tudo começou com uma discussão aparentemente comum, daquelas que todo casal tem. Mas o que deveria ter terminado com portas batidas ou no máximo com um sono no sofá, escalou para algo inimaginável.
O momento do crime
"A gente ouviu os gritos, mas pensou que era briga normal de casal", contou um vizinho que preferiu não se identificar - e quem pode culpá-lo, né? O medo é compreensível. "Daí os gritos foram ficando mais desesperados. Quando chegamos, já era tarde demais."
A Polícia Militar chegou ao local após receberem múltiplas ligações de moradores assustados. O que encontraram foi a cena que nenhum policial - por mais experiente que seja - consegue se acostumar: a vítima jazia no chão, com múltiplos ferimentos causados por uma faca. O suspeito? O próprio companheiro dela, que segundo informações, não tentou fugir ou se esconder.
O que acontece agora?
O homem foi preso em flagrante - algo que, convenhamos, não exatamente exigiu um esforço investigativo de Sherlock Holmes. Ele está sob custódia da delegacia local, onde deve responder por feminicídio. Sim, essa palavra horrível que infelizmente temos que usar com frequência crescente no nosso vocabulário.
O corpo da vítima foi encaminhado para o Instituto Técnico-Científico de Polícia (ITEP), onde peritos vão tentar reconstituir os momentos finais dessa história trágica. Enquanto isso, na vizinhança, o que resta é o silêncio pesado e a pergunta que não quer calar: até quando?
Cases como esse - e cá entre nós, são muitos - nos fazem refletir sobre quantas mulheres vivem situações de risco dentro de suas próprias casas. Quantos sinais passam despercebidos? Quantos pedidos de ajuda silenciosos ecoam sem resposta?
A delegacia de Ipanguaçu assumiu as investigações, mas a verdade é que algumas feridas - as da comunidade, da família - jamais serão completamente fechadas. Resta esperar que a justiça, ainda que tardia, traga algum consolo àqueles que ficaram.