A quietude do município de São Gabriel da Palha, no norte do Espírito Santo, foi brutalmente rasgada por uma notícia que mais parece roteiro de filme de terror, daqueles que a gente torce para nunca saírem da ficção. Na tarde desta quarta-feira (20), a polícia desvendou um cenário de puro horror, um daqueles casos que deixam até os investigadores mais experientes de cabelo em pé.
Tudo começou com uma denúncia anônima – aquela pontinha de esperança na humanidade que, às vezes, resolve falar mais alto. Algo sobre um sepultamento irregular. Os PMs chegaram ao endereço, no bairro Planalto, meio descrentes, mas o que encontraram lá foi de cortar a respiração. Literalmente.
No quintal da própria residência, uma cova rasa. E dentro dela, o corpo de uma mulher – sem a cabeça. O marido, um homem de 36 anos cuja identade a gente quase não quer repetir, estava no local. E não fez rodeios. Assumiu tudo numa frieza que é difícil até de processar.
Confissão Estarrecedora
Na delegacia, a história foi saindo aos pedaços, tão fragmentada e monstruosa quanto o próprio crime. Ele contou que na última segunda-feira (18), uma discussão banal – daquelas que todo casal tem – escalou para algo totalmente fora de controle. Não aguentou a pressão, perdeu a linha e... strangularam a esposa, uma mulher de 39 anos. O ponto final de uma vida.
Mas o pesadelo não parou aí. Com o corpo sem vida aos seus pés, o que fazer? A mente perturbada dele arquitetou um plano macabro. Pegou uma ferramenta, um facão, e decepou a cabeça da vítima. Sim, você leu certo. O que se passa na cabeça de alguém para cometer um ato desses? A pergunta ecoa sem resposta.
O Quintal Macabro
O corpo foi enterrado ali mesmo, num canto do terreno, como se fosse lixo, não uma pessoa. E a cabeça? Ah, a cabeça... esse é o detalhe mais sinistro de toda essa trama doentia. Ele a guardou. Manteve consigo, dentro de casa, como um troféu macabro de sua insanidade. Por dois dias, viveu sua rotina normal com aquele segredo horrendo enterrado – e não enterrado – no quintal.
Os peritos do Instituto Criminalístico trabalharam no local até altas horas, tentando juntar os pedaços dessa história – no sentido mais literal e figurado da palavra. O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de Colatina, onde exames vão tentar reconstituir os últimos momentos da vítima.
O homem foi preso em flagrante e a motivação do crime – se é que se pode chamar aquilo de motivação – ainda está sendo apurada. A principal linha é o feminicídio, esse mal que insiste em ceifar vidas. A delegacia de São Gabriel da Palha assume o caso, que agora vai correr em segredo de Justiça, dada a brutalidade e a comoção que causa.
Mais uma mulher morta. Uma vida reduzida a uma vala clandestina e a uma lembrança grotesca. A comunidade está em choque, e não é pra menos. À família e amigos da vítima, resta o desconsolo e a pergunta que nunca cala: até quando?
