
O Tribunal de Justiça de São Paulo acabou de dar um basta que ecoou pelos corredores do fórum: o fisiculturista acusado de espancar a própria namorada – uma respeitada médica da Baixada Santista – vai continuar atrás das grades. E olha que o defensor dele deu o sangue (ironia proposital) tentando reverter a situação.
A decisão saiu nesta quarta-feira (14), e pra ser sincero, não surpreendeu ninguém que acompanha o caso. Afinal, as provas são tão contundentes quanto os socos que o atleta – que deveria usar a força pra levantar pesos, não pra aterrorizar mulheres – desferiu na vítima.
O que rolou de fato
Segundo os autos, tudo começou com uma crise de ciúmes digna de novela das seis. Só que ao invés de terminar em música dramática e close no rostos dos atores, terminou com:
- Múltiplas escoriações no corpo da médica
- Um vizinho assustado chamando a PM
- Câmeras de segurança registrando parte da agressão
Detalhe macabro: testemunhas disseram que o cara continuou batendo mesmo com a vítima já caída no chão. Parece cena de filme de terror, mas infelizmente foi bem real.
Defesa tentou de tudo
O advogado do acusado – que deve estar com os cabelos em pé de tanto se esforçar – alegou que:
- Seu cliente estava sob "forte emoção" (como se isso justificasse algo)
- A médica não corria risco iminente (só porque sobreviveu?)
- Ele é "contribuinte exemplar" (como se pagar impostos desse passe livre pra agredir)
Mas a juíza, num raro momento de lucidez nesses tempos bicudos, cortou o barato: "Argumentos frágeis diante da brutalidade dos fatos". E ainda soltou uma pérola: "Prisão preventiva se justifica pela gravidade concreta, não pelo potencial abstrato".
Ou seja, em português claro: não adianta ter shape de revista se a índole é de filme B.
E agora?
Enquanto o fisiculturista mofa na cadeia – onde ironicamente está protegido por grades – a vítima tenta reconstruir a vida. Fontes do hospital onde trabalha dizem que ela voltou a atender, mas "não é mais a mesma".
Já na internet, o caso virou polêmica. De um lado, os justiceiros de teclado. Do outro, quem lembra que violência doméstica não é espetáculo, mas tragédia cotidiana. E no meio, uma pergunta que não quer calar: quando é que a gente vai entender que músculos não dão direito de machucar ninguém?