
O que leva alguém a tramar a morte da própria irmã? Essa pergunta, sinistra e perturbadora, ecoa pelos corredores da Delegacia de Homicídios de Manacapuru após uma revelação que parece saída de um roteiro de filme policial. A Polícia Civil do Amazonas desvendou um daqueles casos que fazem a gente questionar até que ponto pode ir a maldade humana.
Na fria tarde de sábado, dia 27, por volta das 16h30, a rotina pacata do bairro São Francisco, em Manacapuru, foi brutalmente interrompida por rajadas de tiros que ecoaram como trovões num dia de céu azul. Uma cena de horror se desenrolou diante dos olhos atônitos de uma menina de apenas 10 anos — a própria filha da vítima.
Os Tiros que Calaram uma Vida
Marilene Oliveira da Silva, 38 anos, não teve chance. Doze projéteis — sim, doze — atingiram seu corpo enquanto ela caminhava tranquilamente pela Rua Bela Vista. A menina, que testemunhou tudo, deve carregar nas retinas para sempre a imagem da mãe tombando no chão, a vida esvaindo-se em poças vermelhas no asfalto quente.
"É daquelas cenas que ficam marcadas na memória de qualquer investigador", confessou um delegado que prefere não se identificar. "A crueldade do crime, a forma como foi executado, e principalmente o fato de ter sido assistido por uma criança... Isso mexe com a gente."
A Trama Familiar que Chocou a Polícia
Eis que a investigação, que começou como mais um homicídio a ser elucidado, tomou um rumo digno das melhores — ou piores — tramas de suspense. As peças do quebra-cabeça criminal começaram a se encaixar de forma tão inesperada quanto macabra.
A própria irmã da vítima, uma mulher de 35 anos cujo nome ainda não foi divulgado pela polícia, teria sido a arquiteta do crime. Sim, você leu certo: a própria irmã. O laço de sangue que deveria unir transformou-se em corda para enforcar a confiança.
Dois homens já estão atrás das grades, presos em flagrante pela Polícia Militar pouco depois do assassinato. Mas a mente por trás da tragédia continuava solta — até agora.
O Plano Meticuloso
Os investigadores descobriram que não se tratou de um crime passiona, nem de rixa entre vizinhos, nada disso. Foi coisa combinada, ensaiada, coreografada com frieza que dá arrepios.
- A irmã teria contratado os assassinos
- O valor do serviço mortal? A polícia ainda investiga
- Os executores foram pagos para eliminar Marilene
- Tudo foi minuciosamente planejado
"Quando a gente descobre que foi a própria irmã... Meu Deus, é de cortar o coração", desabafou uma vizinha que preferiu não se identificar, com a voz embargada pela comoção.
O Que Leva a Isso?
A pergunta que não quer calar: que motivos poderiam justificar — se é que algo justifica — tamanha barbárie entre irmãs? A polícia ainda trabalha nas possibilidades, mas especula-se que conflitos familiares antigos, talvez envolvendo questões patrimoniais ou desavenças mal resolvidas, possam ter sido o estopim.
É aquela história — quando o ódio vai fermentando anos a fio dentro de um coração, pode transformar até o parente mais próximo em inimigo mortal.
E Agora?
A irmã suspeita de ser a mandante já foi localizada e deve prestar depoimento em breve. Enquanto isso, a pequena testemunha do horror — a filha de 10 anos — recebe acompanhamento psicológico. Como explicar a uma criança que quem matou sua mãe foi a própria tia?
O caso segue sob investigação da Delegacia de Homicídios de Manacapuru, e os policiais garantem que não vão descansar enquanto todas as peças desse trágico quebra-cabeça não estiverem devidamente encaixadas.
Enquanto isso, na pacata Manacapuru, uma família despedaçada tenta entender o inexplicável, e uma menina aprende, da forma mais cruel possível, que às vezes o perigo mora bem mais perto do que imaginamos.