Um caso que chocou a região de Campinas completa dois anos sem uma resolução definitiva. Aos 75 anos, um homem que confessou ter assassinado a própria esposa após 52 anos de casamento continua aguardando o julgamento pelo tribunal do júri em liberdade.
O crime que abalou um casamento de cinco décadas
O crime aconteceu em novembro de 2023, quando o relacionamento que durava mais de meio século terminou de forma trágica. De acordo com as investigações, o idoso teria cometido o homicídio dentro da residência do casal, localizada no Jardim São Fernando, em Paulínia.
O caso veio à tona quando o próprio acusado compareceu à delegacia e confessou o crime aos policiais. A vítima, de 73 anos, foi enterrada no Cemitério da Saudade, em Campinas, enquanto o marido respondia pelo ato em liberdade.
Justiça determina prisão preventiva após dois anos
Apenas recentemente, após dois anos do crime, a Justiça decretou a prisão preventiva do acusado. No entanto, a defesa do idoso recorreu da decisão, argumentando que ele não representa perigo para a sociedade e que possui problemas de saúde.
O Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a liberdade do homem enquanto aguarda o julgamento, determinando apenas medidas cautelares como o uso de tornozeleira eletrônica e proibição de contato com familiares da vítima.
Entenda a situação processual
- Novembro de 2023: Crime acontece e homem confessa autoria
- Dezembro de 2023: Inquérito policial é concluído
- Março de 2024: Denúncia é aceita pela Justiça
- Outubro de 2025: Prisão preventiva é decretada, mas suspensa por recurso
Mistério sobre motivação do crime
Até o momento, as investigações não conseguiram estabelecer com clareza o que teria levado o homem a cometer o crime após tantos anos de convivência. Vizinhos relataram que o casal aparentava ter uma relação harmoniosa, o que torna o caso ainda mais intrigante.
O Ministério Público alega que o crime foi cometido por motivo fútil, caracterizando homicídio qualificado. A defesa, por sua vez, trabalha com a tese de legítima defesa da honra, embora não tenha apresentado provas concretas que sustentem essa versão.
Enquanto a data do júri popular não é marcada, a família da vítima e a comunidade local aguardam ansiosamente por justiça em um caso que expõe as complexidades da violência doméstica mesmo após décadas de convivência.