
O silêncio na casa da família de Souza já não é mais o mesmo. Agora, ele é pesado, cortado por suspiros e pelo medo que escorre pelas frestas das portas. Wallace de Souza, um vigilante de 36 anos — daqueles que chegam em casa e ainda brincam com os filhos antes do jantar — foi encontrado morto na última segunda-feira (19). E o pior ainda estava por vir.
Não bastasse a dor lancinante de perder um ente querido de maneira tão brutal — o corpo apresentava marcas de violência extrema —, a família agora enfrenta uma campanha de terror digital. Sim, você leu certo. Enquanto tentam digerir a tragédia, parentes recebem mensagens ameaçadoras, cheias de um ódio gratuito que parece não ter fim. "Eles querem nos calar", desabafa uma parente, que preferiu não se identificar por, bem, motivos óbvios.
Um crime que chocou a região
A história é daquelas que entalam na garganta. Wallace saiu para trabalhar na última sexta-feira (16) e simplesmente não voltou. Três dias de angústia, até que a notícia mais temida chegou: seu corpo foi localizado em uma área rural de Cascavel, no oeste do Paraná. Os detalhes são de arrepiar — e mostram que ele resistiu até o último momento.
O carro dele, um Fiat Pálio, foi encontrado abandonado bem longe dali, em Corbélia. Uma clara tentativa de despiste, de confundir os investigadores. Mas a pergunta que fica, ecoando na comunidade, é: quem faria algo assim com um trabalhador? O que ele viu ou sabia?
As ameaças: covardia em plena luz do dia
O que acontece a seguir é de uma crueldade ímpar. Em vez de luto e solidão, a família passou a ser alvo. As redes sociais viraram um campo minado. Mensagens diretas, indiretas, perfis falsos… uma pressão psicológica calculada para aterrorizar quem já está no limite. É como chutar quem já está caído, mas com uma dose extra de anonimato e covardia.
"A gente não sabe mais pra onde correr. É um pesadelo sem fim", confessa um familiar, com a voz embargada. A delegacia de Corbélia assumiu o caso, mas as investigações estão envoltas em um sigilo quase absoluto. Nada de detalhes, nomes ou suspeitos. A estratégia é clara: não alimentar o circo midiático e, principalmente, não colocar a família em ainda mais risco.
O que se sabe é que os peritos trabalham com a hipótese de latrocínio — roubo seguido de morte. Wallace teria sido abordado durante o serviço. Mas, entre nós? Essa história de ameaças à família põe tudo isso em cheque. Soa mais pessoal. Soa como um aviso.
Enquanto a polícia segue nas sombras, tentando juntar as peças desse quebra-cabeça macabro, uma família tenta, desesperadamente, seguir em frente. Eles perderam Wallace para a violência e agora lutam para não perder sua própria segurança — e sanidade — para as ameaças de quem acha que pode ditar as regras do jogo.
O caso é um daqueles que te fazem questionar até onde vai a maldade humana. E até quando.