Artista plástico César Romero morre após engasgo fatal em Salvador: uma perda irreparável para a cultura baiana
Artista César Romero morre após engasgo em Salvador

Que ironia do destino. César Romero, um homem que dedicou sua vida a criar beleza através das artes, partiu de forma tão abrupta e comum. Na última terça-feira, durante um jantar aparentemente tranquilo em Salvador, o simples ato de comer tornou-se fatal.

O engasgo — algo que poderia acontecer com qualquer um de nós — roubou da cena cultural baiana um de seus expoentes mais autênticos. Aos 58 anos, Romero deixou um vazio que vai muito além das galerias onde expunha.

Uma carreira marcada pela paixão pela Bahia

Quem conhecia seu trabalho sabia: César não era apenas mais um artista. Suas telas respiravam a essência da Bahia, capturando aquela luz única do Recôncavo Baiano que poucos conseguem traduzir em cores. Passou décadas aperfeiçoando sua técnica, e sabe o que é mais curioso? Nunca buscou fama ou reconhecimento fácil.

Seus colegas do meio artístico descrevem alguém profundamente conectado com suas raízes. "Ele pintava como quem escreve uma carta de amor à terra onde nasceu", me contou um galerista que preferiu não se identificar. E não era exagero — suas exposições sempre lotavam, mas o homem por trás das obras permanecia humilde.

O dia que tudo mudou

O jantar no restaurante familiar em Salvador começou como qualquer outro. César estava animado, conversava com amigos sobre um novo projeto — sempre tinha ideias fervilhando. De repente, o inesperado: um engasgo súbito durante a refeição.

Testemunhas relataram a agonia dos minutos seguintes. Tentaram de tudo — manobras de primeiros socorros, desespero visível nos olhos de quem assistia. O SAMU chegou rápido, sim, mas algumas tragédias se consumam em tempo recorde. No hospital, os médicos não puderam fazer milagres.

E pensar que algo tão corriqueiro como uma refeição pode terminar assim... Dá aquela sensação de vulnerabilidade que a gente prefere ignorar no dia a dia.

O legado que permanece

Agora, o que fica? Suas obras espalhadas por coleções particulares e instituições culturais. A memória de um artista que preferia o ateliê aos holofotes. E claro, aquela pergunta que não quer calar: por que as pessoas mais talentosas sempre partem tão cedo?

O corpo de César Romero será velado no Cemitério Jardim da Saudade, em Salvador — cidade que ele tanto amou e imortalizou em suas telas. O sepultamento acontece nesta quarta-feira, e espera-se uma grande comoção no meio cultural baiano.

Enquanto isso, familiares e amigos tentam digerir a perda. É daquelas notícias que a gente recebe e fica paralisado, sem acreditar totalmente. A arte baiana perdeu uma de suas vozes mais genuínas, e essa lacuna — ah, essa lacuna — vai doer por muito tempo.