
O que deveria ser um simples desentendimento entre vizinhas se transformou num pesadelo de violência extrema em Minas Gerais. A advogada Tatiane Cristina Alves, de 36 anos, ainda não consegue acreditar no que viveu - e o pior, nas mãos de pessoas que moravam a poucos metros dela.
"Foi como se o mundo tivesse desabado na minha cabeça, literalmente", conta ela, com a voz ainda trêmula. "Elas não paravam de gritar que iam me matar, que eu não sairia dali viva."
O dia em que a paz virou caos
Tudo aconteceu numa terça-feira aparentemente comum no bairro Jardim Roriz, em Contagem. O que começou com uma discussão sobre - pasme - o lixo, rapidamente escalou para algo digno de filme de terror. Duas vizinhas, identificadas como Maria Aparecida e Jéssica, simplesmente perderam a cabeça.
E não foi metaforicamente. Pegaram uma pá de ferro - daquelas pesadas, de obra - e uma vassoura velha, e desferiram golpes repetidos na advogada. O barulho dos objetos atingindo o corpo dela ecoou pela rua tranquila.
"Pensava: vou morrer aqui"
"Cada golpe era acompanhado de um novo xingamento, uma nova ameaça", lembra Tatiane. "Eu tentava me proteger, mas eram duas contra uma, e elas estavam completamente fora de si. Cheguei a pensar: caramba, vou morrer aqui, no meio da rua, por causa de uma discussão besta."
Os ferimentos falam por si só: múltiplas escoriações, hematomas por todo o corpo, e o pior - um corte profundo na cabeça que exigiu pontos. Mas as marcas físicas, ela diz, são nada perto do trauma psicológico.
O after da violência
Enquanto Tatiane era levada às pressas para o Hospital Municipal de Contagem, as agressoras simplesmente... foram para casa. Como se nada tivesse acontecido. A polícia, é claro, teve outra opinião.
As duas mulheres foram localizadas e presas em flagrante. Agora respondem por lesão corporal grave - e a coisa pode piorar, porque ameaça de morte é coisa séria, né?
O delegado responsável pelo caso foi enfático: "Não podemos normalizar esse tipo de violência desmedida. Uma discussão de vizinhança não justifica tentativa de homicídio."
E agora, José?
Tatiane segue se recuperando, mas o medo ficou. "Como vou voltar a morar ali, sabendo que elas estão por perto? Como confiar novamente nas pessoas?" questiona, sem encontrar respostas.
O caso serve como um alerta sinistro sobre como a violência pode brotar onde menos esperamos - literalmente ao lado de casa. E nos faz pensar: até onde vai a paciência humana quando a convivência vira guerra?
Uma coisa é certa: em Contagem, a paz do Jardim Roriz nunca mais será a mesma.