
O silêncio no fórum da comarca de Sena Madureira só foi quebrado pelo som seco do martelo do juiz. E assim, mais um capítulo sombrio se escreve no Acre.
A decisão judicial — dura, necessária — determinou a prisão preventiva do indivíduo suspeito de ceifar a vida de Erilene da Silva Oliveira. Uma facada. Depois outra. E mais uma. A fúria humana não conhece limites quando a razão abandona o ser.
Os detalhes que arrepiam
Segundo as peças processuais que tive acesso, o crime aconteceu no distrito de Vila Campinas, zona rural que sempre foi pacata. Erilene, 36 anos, foi surpreendida pelo agressor. Não houve tempo para defesa. A cena foi descrita por investigadores como "dos mais violentos" dos últimos tempos na região.
O que leva um homem a cometer algo tão hediondo? Briga? Ciúmes? Dinheiro? A polícia ainda corre atrás das motivações, mas uma coisa é certa: a violência doméstica — porque tudo indica que se trata disso — continua sendo um cancro social no Brasil.
A investigação e os próximos passos
Os peritos do IC-AC trabalharam sem descanso. Recolheram provas materiais, ouviram testemunhas e, claro, confrontaram o suspeito. Ele, por enquanto, nega. Mas as evidências falam mais alto.
Agora, com a preventiva decretada, o caso segue para a fase de instrução processual. O promotor me disse, sob condição de anonimato, que a acusação será por feminicídio. "Não temos dúvidas da qualificação", afirmou.
Enquanto isso, na comunidade, o luto. Vizinhos relembram Erilene como uma mulher "de bem com a vida", sempre pronta a ajudar. Deixou dois filhos. Órfãos de um amor que terminou em tragédia.
O Acre chora. E a Justiça, ainda que tardia, começa a agir.