
O caso que parou Rio Branco — literalmente — volta à tona com uma decisão judicial que não surpreende, mas certamente alivia. A Justiça acreana, depois de um daqules processos que parecem arrastar-se eternamente, finalmente definiu: o homem acusado de assassinar a ex-companheira a facadas, em plena luz do dia e via pública, será julgado por um tribunal do júri.
Imagine a cena — uma rua qualquer, movimento normal de uma terça-feira. De repente, o que deveria ser um desfecho tranquilo de relação transforma-se em pesadelo. E não é exagero. A vítima, Luana (nome preservado por respeito à família), teve sua vida interrompida de forma brutal, violenta e — pasmem — premeditada.
Segundo as peças processuais, o crime ocorreu ainda em 2023. Dois anos se passaram. Dois. Anos. E só agora a máquina judiciária confirma o que todos já sabiam: trata-se de feminicídio, crime hediondo, e por isso, a sociedade — através do júri — é quem deve dar a palavra final.
Os Detalhes que Chocam
O que mais impressiona, além da frieza, é o contexto. Não foi numa discussão privada, não foi num momento de explosão incontrolável. Foi na rua. Na frente de todos. Alguém decidiu que a vida daquela mulher não valia mais nada — e executou a sentença ali mesmo, perante testemunhas, com uma fúria que beira o inacreditável.
O Ministério Público do Acre — que eu saiba, atuou com certa presteza neste caso — sustentou a tese de feminicídio desde o início. Ou seja: o crime foi cometido contra Luana simplesmente por ela ser mulher. Por ser ex. Porquerela, talvez, decidiu terminar. E ele, não aceitando o fim, decidiu terminar de vez.
E Agora, o Júri
Agora, a bola está com o tribunal popular. Sete pessoas comuns vão ouvir depoimentos, analisar provas, e decidir — em consciência — se o acusado é culpado ou não. É um momento tenso, dramático, e profundamente humano. A defesa, claro, vai apresentar seus argumentos. Mas as facadas… essas falam por si.
Enquanto isso, a família de Luana aguarda. Espera por justiça — uma palavra tão grande, tão pesada, e às vezes, tão lenta. O Brasil ainda é um país perigoso para mulheres que decidem romper. Que decidem dizer não. E casos como este, infelizmente, não são isolados. São sintomas de uma doença social profunda, que a lei tenta — com dificuldade — tratar.
O julgamento ainda não tem data marcada, mas a expectativa é que ocorra ainda este ano. Até lá, o réu responde em liberdade? A decisão sobre prisão preventiva é outra discussão — e polêmica, como sempre.