
O cenário é alarmante, pra ser sincero. Enquanto muita gente segue na correria do dia a dia, uma realidade sombria ganha força nas estradas federais que cortam o Maranhão. A Polícia Rodoviária Federal acaba de divulgar números que dão arrepios - e não são poucos.
De janeiro a setembro deste ano, os agentes flagraram 64 casos de transporte irregular de crianças. Parece pouco? Aí que você se engana. Quando a gente compara com o mesmo período do ano passado, o negócio fica feio: um salto de 33% nesse tipo de ocorrência. É como se de repente tivesse virado moda colocar menores em situação de risco sobre rodas.
Onde o perigo espreita
As estatísticas mostram que certos trechos viraram pontos quentes para essa prática condenável. A BR-135, aquela que liga São Luís a Imperatriz, aparece como campeã absoluta de irregularidades - 28 casos só nessa via. Mas a BR-222, entre Bacabal e Santa Inês, não fica atrás, com outros 18 registros preocupantes.
E olha, não é exagero dizer que a situação preocupa qualquer um que tenha um pingo de consciência. Crianças sendo transportadas sem os equipamentos de segurança básicos, em condições que beiram o absurdo. Algumas, pasmem, sequer tinham documentação que comprovasse quem eram ou para onde estavam indo.
Operação não dá trégua
A PRF, é claro, não está de braços cruzados. Só na última semana, durante a Operação Parceria, os policiais botaram a mão na massa - ou melhor, no volante. Foram 37 veículos abordados numa força-tarefa que mirou justamente nesse problema crescente.
O que encontraram? De tudo um pouco. Desde a falta simples da cadeirinha até situações bem mais graves, onde o descumprimento das normas de segurança era só a ponta do iceberg de uma série de irregularidades.
E sabe o que é pior? Muita gente ainda acha que isso é bobagem, que 'só um pouquinho' não faz mal. Mas a verdade é que cada criança transportada de forma irregular está um passo mais perto do perigo.
Por que tanta gente insiste no erro?
Conversando com alguns especialistas - e olha que eu já cobri bastante caso assim - a impressão que fica é de uma mistura perigosa: desconhecimento das leis com uma pitada de 'achismo'. Tem motorista que jura que na estrada as regras são diferentes, ou que em viagem longe dá pra relaxar na segurança.
Grande engano. As normas do Contran são claras como água: cadeirinha até 1 ano, assento de elevação até 7 anos e meio, e banco de trás até 10 anos. Parece complicado? Nem um pouco. É questão de hábito, de responsabilidade.
E não me venham com essa história de que 'no meu tempo não tinha nada disso e sobrevivemos'. Hoje o trânsito está muito mais violento, os carros mais velozes - e a ciência já provou que a segurança salva vidas.
O recado está dado
A PRF já deixou claro que a fiscalização vai continuar firme e forte. Até o final do ano, novas operações devem ser realizadas, especialmente nas rodovias que já se mostraram problemáticas.
E aí, vale a pena arriscar? Além do perigo iminente de acidentes, tem a questão legal: multa gravíssima (sete pontos na carteira), mais aquela sensação horrível de saber que colocou uma criança em risco.
No final das contas, proteção nunca é demais. Melhor sobrar do que faltar - especialmente quando o assunto é a vida dos pequenos.