
Era ainda cedo quando as viaturas começaram a circular pelas ruas de sete cidades baianas nesta terça-feira. Uma tensão diferente no ar — daquelas que só quem está do lado de fora não percebe. A Polícia Civil dava início a uma daquelas operações que, vamos combinar, a gente torce para que renda frutos.
E rendeu. E como.
Números que impressionam — e assustam
Doze pessoas presas, gente. Doze suspeitos de cometer crimes que beiram o inacreditável contra crianças e adolescentes. A operação, que carrega o nome sugestivo de "Salvaguarda", não estava para brincadeira.
As cidades envolvidas mostram que o problema é mais espalhado do que imaginamos: Salvador (óbvio), mas também Camaçari, Lauro de Freitas, Simões Filho, Mata de São João, São Francisco do Conde e Candeias. O mal, infelizmente, não escolhe código postal.
Como tudo começou
Aqui vem a parte interessante — e preocupante. Tudo nasceu de denúncias anônimas através da Delegacia Virtual. Sim, aquela ferramenta que muita gente ainda desconfia funciona mesmo. As queixas falavam de aliciamento de menores e, pasmem, registro de cenas de pornografia infantil.
Os investigadores mergulharam fundo nesse mundo digital sombrio e descobriram algo perturbador: os criminosos usavam principalmente aplicativos de mensagem e redes sociais para abordar as vítimas. O modus operandi era sempre similar — se aproximavam, ganhavam confiança e depois partiam para o abuso.
E olha só que crucial: sete celulares foram apreendidos. Esses aparelhos são, na visão dos delegados, verdadeiros baús de provas. Neles estariam as conversas, as imagens, todo o material que comprova a extensão desses crimes horrendos.
O que diz a lei — e a polícia
Os presos vão responder por corrupção de menores e registro de pornografia infantil. São crimes graves, com penas que podem chegar a oito anos de cadeia. Mas cá entre nós, para quem destrói a infância de alguém, será que alguma pena é suficiente?
Um detalhe importante: a operação ainda não terminou. Os investigadores acreditam que a rede é maior e que novos nomes podem surgir. É como puxar um fio e descobrir que ele está conectado a muitos outros.
O que me deixa pensando: quantas outras crianças estão sendo vítimas nesse momento enquanto lemos esta notícia? A sensação é de que estamos apenas arranhando a superfície de um problema muito mais profundo.
E agora?
As investigações continuam, é claro. Os presos já estão à disposição da Justiça e os celulares apreendidos vão passar por perícia detalhada. Cada mensagem, cada imagem, cada conversa será analisada com lupa.
Enquanto isso, a Delegacia Virtual segue recebendo denúncias. E aqui vai um apelo: se você suspeita de algo, denuncie. Não fique quieto. Pode ser sua denúncia que vai impedir que outra criança sofra.
No final das contas, operações como a Salvaguarda nos lembram de duas coisas: que o mal existe, sim, mas que há gente boa lutando contra ele. E que, às vezes, a justiça — ainda que tardia — acaba chegando.