
O coração aperta na capital tocantinense. Faz sete longos dias que Maria Lúcia Rodrigues, uma mulher de 54 anos que vive no mundo do silêncio, sumiu sem deixar pistas. A família está desesperada — e quem não ficaria?
"A gente tá completamente perdido, sem saber pra que lado correr", desabafa Eliane Rodrigues, prima de Maria Lúcia, com a voz embargada. O desespero na voz dela é tão palpável que quase dá pra tocar.
O Último Dia Antes do Vazio
Era um sábado comum, desses que prometem descanso. Maria Lúcia foi vista pela última vez no Setor Santa Fé, região sul de Palmas. Simplesmente evaporou. Como alguém some assim, do nada?
Ela tem 1,60m de altura, cabelos curtos e escuros, pele morena. Na hora do sumiço, vestia uma blusa listrada em preto e branco — detalhe que a família repete como um mantra, na esperança de que alguém se lembre.
O Desafio da Comunicação
Aqui mora um agravante que tira o sono de qualquer um: Maria Lúcia é surda. Totalmente. Não ouve, não fala. A comunicação se restringe à Libras, a língua de sinais brasileira. Imagina o pânico que ela deve sentir, impossibilitada de pedir ajuda ou entender o que acontece ao redor?
É como estar preso numa bolha — vê o mundo, mas não consegue se fazer ouvido. Ou melhor, compreendido.
Buscas Sem Respostas
A família já fez de tudo. E quando digo tudo, é TUDO mesmo. Ligou pra todos os hospitais da região, delegacias, abrigos. Nada. É um silêncio que dói nos ouvidos — ironia cruel pra quem vive no silêncio permanente.
"A gente já percorreu todos os cantos possíveis", conta Eliane, com aquela exaustão que só quem procura um ente querido conhece. "É cada minuto uma eternidade."
Um Apelo que Vem da Alma
O recado da família é simples, mas carregado daquela urgência que arranca lágrimas: se você viu Maria Lúcia, ou sabe de qualquer informação, por menor que seja — fale. Não fique calado.
Ligue pra Polícia Militar (190) ou pra Delegacia de Desaparecidos. Qualquer pista, mesmo que pareça insignificante, pode ser a peça que falta nesse quebra-cabeça angustiante.
Enquanto isso, a família segue naquela esperança — frágil, mas teimosa — de que Maria Lúcia voltará para casa. Porque no fundo, o que mais assusta não é o silêncio dela, mas o vazio que ficou.