
O caso é daqueles que dão um nó no estômago de qualquer um. Uma criança, uma vida interrompida de forma brutal em Florianópolis, e agora o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) joga uma bomba: o sistema designed to protegê-la falhou miseravelmente. E não foi uma falha qualquer, não. Foi uma sequência de erros, uma sucessão de portas que não se abriram a tempo.
O Conselho Tutelar—aqueles que deveriam ser os primeiros a correr para o resgate—já estava com o dedo na ferida. Sabiam da situação de vulnerabilidade, tinham ciência do perigo que roncava à porta. E, no entanto, a tragédia aconteceu. Como é possível? A pergunta ecoa, sem resposta, pelos corredores dos órgãos públicos e pelas ruas da capital catarinense.
Uma Cadeia de Omissões que Custa uma Vida
O MPSC não usou meias-palavras. O relatório é um soco no figado, apontando uma sucessão de falhas—não apenas do Conselho, mas de uma rede que deveria ser de acolhimento e se mostrou cheia de buracos. A comunicação entre as instituições, parece, foi mais um telegrama perdido no tempo do que um alerta urgente. Alguém errou feio. Alguém deixou passar.
E aí você para e pensa: quantos casos assim estão rolando agora, nesse exato momento, enquanto a gente discute isso? Quantas crianças invisíveis estão à mercê de um sistema que, vez ou outra, pisa no freio quando deveria acelerar? É de cortar o coração.
O que Diz o Poder Público?
Até agora, silêncio constrangedor do Conselho Tutelar envolvido. Nada de pronunciamentos, nada de explicações públicas. Só o vácuo—aquele que fala mais alto que mil palavras. O MPSC, por sua vez, já deixou claro que a investigação vai até as últimas consequências. E que consequências serão essas? A gente só vai saber com o tempo.
Mas uma coisa é certa: a sensação que fica é que a máquina pública falhou no mais básico. Proteger quem não pode se proteger. É pra isso que ela existe, não é? Ou a gente tá ficando louco?
Enquanto a Justiça não responde, uma família chora uma perda irreparável. E a sociedade catarinense fica ali, naquele misto de revolta e incredulidade, se perguntando quando é que vamos aprender de verdade com esses erros.