Tragédia em Nova Iguaçu: Menino de 11 Anos é Enterrado Após Ser Baleado em Ataque — Família Clama por Justiça
Menino de 11 anos é enterrado após ser baleado em casa em Nova Iguaçu

O silêncio no Cemitério Parque Nova Iguaçu era pesado, cortado apenas por soluços. Nesta segunda-feira (19), uma pequena caixa branca carregava o peso de um futuro roubado: o corpo de Kauan Vitinho Rosário, de apenas 11 anos. A cena é de partir o coração de qualquer um — uma família despedaçada, uma comunidade em choque, e uma pergunta que ecoa sem resposta: até quando?

Tudo aconteceu num piscar de olhos, no sábado (17), por volta das 19h. Kauan estava dentro de casa, no tranquilo — ou pelo menos deveria ser — bairro Danon. Do lado de fora, o barulho seco de tiros. Um deles, cruel e aleatório, atravessou a parede. O projétil atingiu o menino no tórax. O pânico tomou conta da residência num instante.

"A gente vive com medo, sabia? Medo de ir na padaria, medo de ficar em casa... mas ninguém espera por uma coisa dessas. Ele era uma criança", desabafa uma vizinha, que preferiu não se identificar. O clima na região, segundo moradores, é de uma tensão que já virou rotina — uma rotina doente, diga-se de passagem.

Corrida Contra o Tempo

Os familiares, desesperados, levaram Kauan para o Hospital Municipal de Nova Iguaçu. Mas a gravidade do ferimento era enorme. Não deu tempo. A morte chegou rápido demais para alguém que mal havia começado a viver.

E agora? O que sobra? Além da dor que não vai embora, sobram perguntas. A Polícia Civil já abriu um inquérito para tentar desvendar o caso. A principal linha de investigação? Um possível confronto entre facções rivais na área. Sim, mais um. Só que dessa vez, o alvo não era um bandido, era um menino que gostava de videogame e de correr na rua.

O Instituto Médico Legal (IML) de Nova Iguaçu confirmou a causa da morte: hemorragia interna causada por ferimento de arma de fogo. Um termo técnico, estéril, para algo brutalmente humano.

O Luto e a Luta por Respostas

No enterro, o choro da mãe, Jaqueline Rosário, ecoava pelo campo santo. Ela não soltava a foto do filho. "Era meu tudo", dizia entre um suspiro e outro. O pai, visivelmente abalado, recebia abraços calados — aqueles que não precisam de palavras.

A família não quer apenas condolências. Eles exigem justiça. Querem saber quem disparou a arma, quem ordenou o tiroteio, e por que uma criança pagou o preço mais alto por uma guerra que não é dela.

Enquanto isso, a vida — ou o que restou dela — segue em Danon. Com medo, com revolta, e com a lembrança de Kauan, que agora virou mais um número numa estatística macabra de violência urbana. Um número que, pra quem estava lá, tinha nome, sonhos e um sorriso fácil.